Capítulo 61

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Alyssa guiou Elain pelo corredor iluminado, segurando seus ombros magros cobertos pelo xale de seda enquanto caminhava aos tropeços, agarrada a sua cintura como um coala.

Os olhos azuis cinzentos de Alyssa observaram o corredor silencioso, uma única porta estava aberta e ela presumiu que fosse o quarto de Elain, carregando-a até a porta entreaberta e entrando no quarto.

O lugar estava escuro, com as janelas abertas e a luz da lua vazando pelas cortinas longas, Alyssa levou Elain até a grande cama no centro do quarto e a deitou delicadamente no colchão macio.

Agarrando a colcha branca com detalhes bordados ela a puxou e cobriu o corpo de Elain, observando o rosto pálido de sua irmã e olhos castanhos com lágrimas não derrubadas.

Soltando um suspiro Alyssa tirou uma mecha de seu cabelo castanho de sua bochecha e acariciou levemente a pele macia abaixo de seus olhos.

Elain pareceu se aconchegar com o toque e relaxou contra o colchão, os olhos ameaçando se fechar pelo sono e um bocejo escapando pelos lábios secos.

Alyssa fez a menção de se afastar mas sua mão foi segurada pela mão fina de Elain que meio dormindo e meio acordada murmurou.

— Não chore... não chore...

Um sussurro baixo e arrastado foi tudo o que Alyssa lhe deu, desvencilhando de seu toque lentamente e saindo do quarto com passos silenciosos.

Com cuidado ela fechou a porta atrás de si e caminhou pelo corredor em direção ao seu quarto, abrindo a porta e a fechando rapidamente atrás de si antes de cambalear nos próprios pés e se apoiar na parede fria atrás de suas costas.

Seu belo rosto estava pálido com lábios secos e trêmulos, a respiração travou em seus pulmões e com dificuldade ela se moveu em direção a sua cama, o vestido enroscava nos saltos finos e a fazia tropeçar.

Seus ossos doíam, sua pele queimava como ferro em brasa e suas entranhas se contorcem em seu estômago.

Uma fome sem fim inundou sua cabeça, sua boca estava salivando e suas mãos tremiam pelo desejo de se banquetear com poder e se afogar em vitalidade.

Caindo com o rosto contra o colchão Alyssa engasgou com uma respiração pesada, virando-se de costas ela observou o teto do quarto, ofegando e sugando se frio para seus pulmões.

Seus cabelos castanhos dourados estavam soltos, caindo em seu rosto com fios colando em sua bochecha branca, os olhos azuis pareciam distantes e profundos, fitando o nada acima de seu rosto.

— Saía. — Ordenou com um tom rouco, uma ordem rígida como uma lâmina afiada e enferrujada.

Uma risada baixa e grossa soou do lado direito do quarto, onde a luz da lua não podia alcançar e as sombras se enrolavam contra as paredes.

Um farfalhar suave soou a medida em que passos de aproximavam da cama, Alyssa não se deu o trabalho de desviar o olhar quando os olhos dourados brilhantes da Morte a fitaram.

O belo rosto da Morte a observava em silêncio, os lábios vermelhos curvados num sorriso frio e sutil.

A mão pálida da Morte se esticou em direção ao rosto de Alyssa e afastou os fios de cabelo presos em sua bochecha, acariciando a pele pálida e macia da bela feérica que o observou com nada além de vazio nas íris azuis geladas.

— Quando você descobriu? — Perguntou a Morte, com sua voz rouca e sedutora enquanto se curvava próximo ao seu rosto.

Alyssa piscou uma vez lentamente e então sorriu com escárnio e ridículo nos lábios vermelhos.

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