Prólogo

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O Reencontro

      Lá estava ele na minha frente, o homem que eu mais amei em vida e em morte. Aquele em quem eu pensei a todo momento enquanto sentia minha vida escorrer pelas minhas mãos. Que tão dolorosamente abri mão e o deixei, por não aguentar mais tamanha dor e humilhação, por saber que de algum modo eu o estava fazendo sofrer.
     
   Naquele momento parecia a escolha certa a se fazer. Eu só não sabia que pela a eternidade eu me arrependeria desta decisão, que a saudade me esmagaria e a culpa seria minha própria punição e meu carcereiro durante meu tempo de estadia no inferno.
    
– Park Joong-gil...
    
  O nó que se formou em minha garganta cortou minhas palavras ao meio de maneira tão repentina. Parecia que eu havia desaprendido a falar.
    
– Goo Ryeon...
    
  Lá estava ele, sendo punido mais uma vez, por algo que foi culpa minha. Ajoelhado, amarrado e solitário nesta sala vazia que mais parece uma prisão.  Castigo esse ditado pela suprema... A imperatriz de Jade.
    
– Você está bem...?
    
  Parecia uma pergunta estúpida, dada as circunstâncias, mas eu sentia a necessidade de cuidar dele, de reparar o que eu fiz. De aplacar a sua dor.
    
  – É suportável. Já passei por dores piores. Goo Ryeon, acho que temos muito o que conversar...
    
Park Joong-gil me olhou... E eu puder ler toda a confusão em seus coração, através de seus olhos.
   
– Você não precisa falar nada, senhor Park.
   
– Sim, eu preciso.
   
Retirei as mãos do bolso e toquei seu rosto, abaixando levemente meu corpo até estarmos quase que com a ponta de nossos nariz encostando uma na outra.
   
  – Eu te amo...
   
Foi tudo o que consegui falar. Eu sentia como se algo mais forte que eu me puxasse ainda mais para perto dele. Minha respiração unindo-se a dele, quase parecendo uma só.
    
–Goo Ryeon... – Sussurrou.
    
O som da porta da sala onde estávamos, se abrindo, me fez quase sobressaltar.
    
– Goo Ryeon, na minha sala, agora.
    
Era a imperatriz de Jade, que em alguns momentos parecia chegar em alguns lugares em horas bem inapropriadas de propósito.
    
Me recompus e o olhei uma última vez antes de sair de lá. Seu olhar já me dizia tudo. Foi a primeira vez em séculos que senti vontade de chorar. Eu só queria poder abraça-lo.
    
A imperatriz nos olhava séria.
    
– Por favor.
   
Apontou na direção da saída e só parou de me fulminar com aquele olhar, depois que saímos da sala.

Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora