Capítulo 31

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— Senhor Lim, está na hora.

Eu estava exausto de correr e me esconder da Imperatriz e ela sempre me achar.

— Sim senhora.

A reverenciei e esperei. Ela guardou alguns papéis em uma das gavetas da mesa e saímos. A imperatriz nos levou até um hospital, para ser mais exato no setor de oncologia. Já fazia dias que ela me fazia trabalhar em casos que envolvia abandono parental. Um caso mais triste e dolorido que o outro... E agora estávamos aqui na que pode ser considerada a ala mais triste e desesperadora de um hospital. A mais temida também.

— Senhora...

Ela parou na metade do corredor, me olhando por completo. Com seu olhar intenso e intimidador, ao mesmo tempo que era acolhedor, isso era muito confuso.

— Fale senhor Lim.

— Eu não vou aguentar trabalhar nesse caso, ela está em estado terminal de câncer e querendo se matar para provavelmente acabar com todo seu sofrimento, eu realmente não estou bem hoje. Chame a Hyon-Ah para trabalhar com a senhora...

— A senhora Goo está ocupada em um caso ainda mais complexo que esse. Se eu te trouxe, é por que eu sei que aguenta. Por vários dias tentei conversar com você, para não ter que chegar ate aqui, mas você não quis, sempre fugindo ou mentindo. Então se não quer ouvir conselhos, te mostrei o que quero.

Respirei fundo. Não teria acordo com ela.

— Eu disse a você que fugir seria pior.

Ela voltou a andar e eu a acompanhei. Alguns quartos depois, chegamos ao quarto da garota. Ela estava bem debilitada, porém ainda consegui ficar em pé e olhava a rua pela janela, parecia bem distante. Na mão direita uma folha levemente amassada.

A imperatriz me olhou, basicamente me dando uma ordem só com o olhar. Eu me aproximei com cautela da garota.

— Ola...

Ela me olhou, mas literalmente seu olhar era sem vida e parecia já está morta. Por alguns instantes pensei que já estivesse só esperando o senhor Park entrar a qualquer momento e a levar.

A garota me ignorou e voltou a olhar para a janela. A abriu e pôs uma mão para fora. Uma brisa fria entrou, levantando levemente a camisola que usava.

— Eu me chamo Lim...

— Eu não quero falar com ninguém, me deixem sozinha.

Olhei de relance para a imperatriz e ela está a encostada na porta, de bra os cruzado, observando. " Não é possível que essa mulher não se abale com nada. Pelo amor de Deus."

Ela colocou um pé na janela e as mãos na parede, fazendo Impulso para pular, mas a puxei de lá a tempo.

— Eu sei que o que você está passando não é fácil...

— O que você sabe sobre estar enfrentando uma doença que te destrói, desestabiliza e te mata de maneira doloroso e lenta todo dia? E enfrentar isso sozinha? Não importa os tratamentos, as medicações que tome, nada mais alivia a dor, os médicos já me desenganaram. Eu não vou definhar e morrer só no leito de um hospital. É deprimente estar aqui e lá fora eu não tenho para onde ir.

Me olhava com ódio e desespero, suplicando com o olhar, ajuda, uma salvação.

— E onde estão seus pais?

Ela riu em desespero, os olhos arregalados oscilando entre a dor e a raiva.

— Minha mãe morreu quando eu era criança e meu pai e nuca conheci, fui criada por um ou outro que sentia pena de mim e me davam um prato de comida, a pobre órfão de mãe e de pai desconhecido, que morava hora nas ruas, fugindo da polícia, estupradores, bandidos e vândalos, hora morava em um albergue ou na casa de uns poucos que se compadecida de uma criança, uma menina viver nas ruas.

Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora