Capítulo 24

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Após um bom tempo chorando nos braços da Imperatriz, desolado, o rapaz a olhou.

— A senhora pode ser a minha mãe? Eu prometo ser um bom filho, eu não vou desobedecer e farei tudo o que me mandar, eu não sou desobediente. Eu me senti seguro perto da senhora.

Um nó se formou em minha garganta novamente e mordi a boca para manter o controle. A imperatriz olhou brevemente para mim.

— Em um futuro bem breve eu serei sua mãe. — Ela colocou a mão do garoto entre as suas e uma linha verde começou a se formar, unindo os dois. — Assim como esse rapaz aqui, o senhor Lim, também é meu filho. — Apontou para mim.

O que será essa linha? Nuca a vi em ninguém durante todos esses anos.

— Pode ser agora?

— Ainda não.

— Eu tenho medo daquele orfanato...

— Por que? — quis saber a imperatriz.

— Lá é escuro e silencioso à noite e de dia não tem vida, só o medo das crianças que assim como eu passarão o resto da vida sozinhos e abandonadas. Lá é triste...

Meus olhos arderam e consegui com muito esforço abafar um gemido de dor. A imperatriz me olhou novamente e não consegui decifrar seu olhar. Ele voltou a chorar abraçado a ela.

— Por enquanto, aqui na terra, há duas pessoas que precisam de você, do seu amor e carinho, tanto quando você precisa deles.

Vi uma faísca de esperança surgir em seus olhos.

— Eu serei adotado?

— Sim.

— Eles não vão me abandonar ou me devolver?

— Não.

— A senhora não é da terra?

Eu ri com a pergunta inocente, fazendo a imperatriz olhar para mim.

— Desculpa. — Falei.

— Não, eu não sou da terra.

— É um anjo?

— Quase isso, sou amiga íntima de Deus e como prova de que ele nunca te abandonou, me mandou vir aqui. Quer ver algo legal?

Ele afirmou com a cabeça a olhando curioso.

— Então olha para o céu.

O garoto assim o fez. A imperatriz passou a mão no ar e uma espécie de "tela" apareceu e imagens de um casal chegando ao orfanato surgiu.

— São eles? — Perguntou o garoto com os olhos já marejados.

— Sim. E sabe de uma outra coisa bem legal? Essa dor que você sente no seu coraçãozinho, esse vazio, eles vão cuidar e curar. Você não estará mais só...

— Então eu vou ter duas famílias?

— Basicamente. Uma aqui na terra e outra em um local muito bonito, chamado Jumadeung.

— E onde fica? No céu?

— Você só saberá quando chegar a hora certa.

— E qual é a hora certa?

— Daqui a sessenta e cinco anos...

O garoto fez uma cara de desaprovação.

— Mas, aí eu estarei muito velho e talvez a senhora vai estar morta já que não é um anjo.

Eu ri novamente e a imperatriz também riu.

— Eu não morro, digamos que eu seja o braço direito de Deus. Por isso eu não morro.

Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora