Capítulo 23

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Amanheceu e Park Joong-gil não havia dormido ainda. O choro cessou nas últimas duas horas, mas nenhum dos dois falou nada. Ele parecia perdido em seus pensamentos.

— No que está pensando meu querido?

— Em tudo, tudo vem ao mesmo tempo, minha cabeça está doendo.

Exausto, Joong-gil sentou-se na cama, ao meu lado. Abraçando um travesseiro.

— Hyon-Ah...

— Hum...

Nos olhamos. Ele colocou as mãos em meu rosto.

— Eu ainda estou com muita raiva de tudo, estou com raiava de você por ter agido desta forma, mas eu também tive a minha parcela de culpa. Agora eu entendo onde errei e o que poderia ter feito diferente. De fato, não poderemos mais voltar a terra como marido e mulher e eu não estou disposto a te perder novamente. Aqui tivemos uma chance, nada nos impede de ficarmos juntos aqui.

Olhamos nossos pulsos e uma linha na cor verde ligava um ao outro.

— O que será que significa? — Questionei.

— Ainda não sei, mas ela começou a nos unir essa noite. Deve ser alguma lição da Imperatriz... Mas, de alguma forma, estamos ligados aqui.

— Não duvido.

Joong-gil suspirou.

— Me desculpa Joong-gil, minha atitude impensada de uma certa forma foi egoísta sim, fez quem eu amava sofrer. Foi egoísmo, mas também foi desespero. Eu estava sem forças e me sentindo sozinha, desamparada e te vendo e fazer sofrer. Eu também aprendi a minha lição... A um preço muito alto.

Olhei novamente a linha que nos unia.

— Verde.... A cor que representa a esperança. O que será que a Imperatriz está planejando dessa vez?  — Me questionei novamente.

— Não sei, meu amor. Mas, tenho esperança que algo bom para nós dois.

Joong-gil me beijou e claro, retribui... Quando dei por mim estava deitada e ele por cima de mim. Sem parar o beijo em momento algum.

Paramos para respirar e nos olhamos. Ele estava visivelmente exausto, mas pela primeira vez em todos esses séculos, vi leveza em seu olhar. Alívio... E um brilho que há muito eu não via.

— Hyon-Ah... Me prometa que nunca mais, não importa o que aconteça aqui, vamos deixar um ao outro no escuro. Que sempre iremos está nos comunicando, mesmo que estejamos com raiva um do outro. A falta de comunicação nos matou, literalmente.

— Eu prometo.

Nos beijamos novamente. Um beijo carregado de muita emoção, expressando as palavras ainda silenciadas e a dor de uma separação repentina.

Joong-gil foi deitando e me trazendo para cima dele. O olhei mais uma vez.  Sem precisar falar mais nada, nossos olhares diziam silenciosamente um ao outro o que sentíamos nesse momento.

Deitei minha cabeça em seu peito, sentindo seus dedos entre meus cabelos, fazendo uma leve massagem na cabeça.

Park Joong-gil meu abraçou e suspirou aliviado.

— Se sente melhor?

— Sim, minha flor. Só estou muito cansado...

— Descanse, eu ficarei aqui ao seu lado e não sairei eu prometo.

Me aconcheguei um pouco mais em seu corpo, nos cobrindo com os lençóis que estavam perto dos nossos pés.

— Acho que é a primeira vez em mais de quatrocentos anos que vou finalmente consegue dormir direito.

Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora