Amanheceu e Park Joong-gil não havia dormido ainda. O choro cessou nas últimas duas horas, mas nenhum dos dois falou nada. Ele parecia perdido em seus pensamentos.— No que está pensando meu querido?
— Em tudo, tudo vem ao mesmo tempo, minha cabeça está doendo.
Exausto, Joong-gil sentou-se na cama, ao meu lado. Abraçando um travesseiro.
— Hyon-Ah...
— Hum...
Nos olhamos. Ele colocou as mãos em meu rosto.
— Eu ainda estou com muita raiva de tudo, estou com raiava de você por ter agido desta forma, mas eu também tive a minha parcela de culpa. Agora eu entendo onde errei e o que poderia ter feito diferente. De fato, não poderemos mais voltar a terra como marido e mulher e eu não estou disposto a te perder novamente. Aqui tivemos uma chance, nada nos impede de ficarmos juntos aqui.
Olhamos nossos pulsos e uma linha na cor verde ligava um ao outro.
— O que será que significa? — Questionei.
— Ainda não sei, mas ela começou a nos unir essa noite. Deve ser alguma lição da Imperatriz... Mas, de alguma forma, estamos ligados aqui.
— Não duvido.
Joong-gil suspirou.
— Me desculpa Joong-gil, minha atitude impensada de uma certa forma foi egoísta sim, fez quem eu amava sofrer. Foi egoísmo, mas também foi desespero. Eu estava sem forças e me sentindo sozinha, desamparada e te vendo e fazer sofrer. Eu também aprendi a minha lição... A um preço muito alto.
Olhei novamente a linha que nos unia.
— Verde.... A cor que representa a esperança. O que será que a Imperatriz está planejando dessa vez? — Me questionei novamente.
— Não sei, meu amor. Mas, tenho esperança que algo bom para nós dois.
Joong-gil me beijou e claro, retribui... Quando dei por mim estava deitada e ele por cima de mim. Sem parar o beijo em momento algum.
Paramos para respirar e nos olhamos. Ele estava visivelmente exausto, mas pela primeira vez em todos esses séculos, vi leveza em seu olhar. Alívio... E um brilho que há muito eu não via.
— Hyon-Ah... Me prometa que nunca mais, não importa o que aconteça aqui, vamos deixar um ao outro no escuro. Que sempre iremos está nos comunicando, mesmo que estejamos com raiva um do outro. A falta de comunicação nos matou, literalmente.
— Eu prometo.
Nos beijamos novamente. Um beijo carregado de muita emoção, expressando as palavras ainda silenciadas e a dor de uma separação repentina.
Joong-gil foi deitando e me trazendo para cima dele. O olhei mais uma vez. Sem precisar falar mais nada, nossos olhares diziam silenciosamente um ao outro o que sentíamos nesse momento.
Deitei minha cabeça em seu peito, sentindo seus dedos entre meus cabelos, fazendo uma leve massagem na cabeça.
Park Joong-gil meu abraçou e suspirou aliviado.
— Se sente melhor?
— Sim, minha flor. Só estou muito cansado...
— Descanse, eu ficarei aqui ao seu lado e não sairei eu prometo.
Me aconcheguei um pouco mais em seu corpo, nos cobrindo com os lençóis que estavam perto dos nossos pés.
— Acho que é a primeira vez em mais de quatrocentos anos que vou finalmente consegue dormir direito.
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Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)
FanfictionA vida e o trabalho de um ceifador não é e nunca será fácil. Ver as pessoas em seu último momento na terra, temendo a morte, o que vem após ela, chorando em intermináveis arrependimentos e resistindo a passagem chega a ser pior do que o inferno e se...