Capítulo 19

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— Rápido Gerente Lim...

Lim e eu conseguimos chegar bem a tempo de ainda segurar na mão da garota que já havia pulado do prédio meio segundo antes de aparecermos.

— Ah! — Gritou de desespero. — Me soltem... não, não me soltem...

Olhava para baixo, meio confusa.

— Eu vou te ajudar. — Falei.

Lim e eu a puxamos para o terraço novamente.

— Quem são vocês?

— Amigos. Viemos te ajudar...

Respirei muito aliviada por conseguir chegar a tempo de impedir uma tragédia.

— O que aconteceu que você tomou essa decisão? — Perguntou o senhor Lim.

— Nada. Só estou cansada.

Sem forças, se deixou cair no chão e ficou encarando o mesmo por um longo período, totalmente calada.

— Já comeu hoje? — Perguntei.

— Não. E nem desejo isso no momento...

Sentei-me ao seu lado e o senhor Lim fez o mesmo do outro lado.

— O dia está difícil hoje, não é mesmo? Você deve estar se sentindo sufocada, sem saída... — Comecei. — Parece que nada faz mais sentido, ou parece haver solução ou desejo. Eu já me senti assim.

A garota mordeu a boca e os olhos marejaram.

— Você se sente sozinha e parece que o mundo está contra você. — Prossegui.  — Que Deus e os outros simplesmente te esqueceram ou não lingam mais para você. O cenário ao redor parece assustador, apocalíptico e te sufoca tanto que você sente que vai morrer e quer só acabar com isso, por isso acha que a morte imediata seria a solução.

A jovem me olhou e as lágrimas começaram a sair sem controle.

— Tudo o que você está sentindo eu também já senti. E eu sei o quanto isso é perturbador e desesperador também. — Finalizei.

— O que aconteceu que te fez tomar essa decisão? Te deixou assim? — Perguntou o senhor Lim.

Limpando o rosto, negou com a cabeça. Park Joong-gil apareceu do nada, dando a maior pano na cabeça da menina que me olhava sem entender nada. Ele se abaixou na frente dela, apoiando um dos braços na perna e deixando o tablet que segurava, pendurado.

— Desculpe a demora, eu tive um problema com uma alma fugitiva.

Eu nem estava lembrada que era dia dele trabalhar coma minha equipe.

— Almas? — A garota olhou confusa para nós três.

— Sim. Desculpe não me apresentar, me chamo Park Joong-gil, sou um ceifador de almas... E agora a pouco eu estava recolhendo uma fugitiva... — Olhou o tablet. — E quase que foi a sua, se minha esposa não tivesse chego.

O gerente Lim começou a tossir engasgado com sabe lá Deus o que, recebendo tapinhas nas costas do Joong-gil.

— Ceifador...?  — A garota começou a se beliscar.

— Você está viva, não se preocupe. — Falei.

— Então vieram me buscar?

— Você? — Joong-gil voltou a olhar o tablet. — Não, ainda não está na sua hora. Ainda viverá muitos anos.

— Nessa vida? Prefiro ir agora.

— Olha, se você morrer agora... Melhor, se matar por causa disso, quando reencarnar não terá as mesmas pessoas perto de você e ainda voltará com o mesmo problema multiplicado por dez. — Ele se sentou. — Agora conte o que aconteceu.

Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora