Capítulo 27

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— Imperatriz...

Ela Levantou-se e veio até mim, tocou meu ombro e sorriu.

— Onde está o Park Joong-gil?

— Ainda não o vi, senhora. Imperatriz, aconteceu alguma coisa com o Lim? Ele está bastante estranho.

— Ele vai ficar bem, não se preocupe. Eu mesma estou cuidando dele... O senhor Lim, assim como você e o Park Joong-gil, tem assuntos pendentes e ele precisa está totalmente em paz com ele mesmo.

— Eu posso ajudar de alguma forma?

— Não, isso somente ele pode fazer por ele, assim como só o senhor Park e você poderiam se salvar individualmente e juntos.

— Eu nunca o vi tão sem rumo assim, imperatriz. Estou preocupada com ele.

— Ele vai ficar bem, apenas continue confiando em mim. A partir de amanhã, o senhor Lim, trabalhará apenas comigo...

Eu fiquei meio confusa.

— É tão grave assim?

— Relaxa Ryeon...

A porta se abriu, chamando nossa atenção para a mesma. Park Joong-gil entrou, fez uma breve reverência e parou ao meu lado, me olhou e sorriu discretamente.

— Ah que clima agradável está aqui nessa sala. Eu gosto muito disso.

A imperatriz começou a andar pela sala calmamente nos observando.

— Senhor Park, como foi esses últimos dias desde que saiu tão desolado aqui desta sala?

Com as mãos no bolso, Joong-gil calmamente respondeu, em uma bela serenidade na voz.

— Agora eu estou bem, senhora. Os dois primeiros dias foram os mais difíceis, parecia que eu estava mergulhado em uma escuridão que parecia não ter fim e me esmagava. Eu não sabia que podia ir tão fundo e chorar tanto, mas passou, principalmente depois que a Ryon-Ah me escutou. — Ele me olhou e pegou a minha mão, sorrindo. — Eu precisava desse desabafo e que a Ryeon me escutasse. Eu estava me sentindo perdido em meio a dor e a culpa, mas após as duas noite e dois dias que pareciam sem fim e foi torturante, minha mente começou a clarear, eu percebi meu erro e pretendo fazer diferente agora.

— Ótimo! — A imperatriz parou em nossa frente, nos observando, principalmente ao Park Joong-gil. — O que pretende fazer de diferente agora?

— Não deixá-la sozinha, para mim a única opinião que importa é a dela, como ela realmente se sente e o que pensa, e o que eu penso e sinto por ela. Eu não sou casado com as outras pessoas para está me importando com a opinião delas ou me deixar levar pelo medo e orgulho. — Todo tempo falava olhando para mim. — De certa forma eu também me deixei ser controlado por outros e tomaram a minha vida e com vida, me refiro a Ryon-Ah. Essa culpa ainda vai persistir por alguns dias, mas não mais como antes que estava me sufocando e esmagando.

Park Joong-gil me trouxe um pouco mais para perto dele e me deu um beijo na testa.

— Nunca mais deixarei ninguém te fazer mal, meu amor.

Eu consegui sentir o meio sorriso da Imperatriz se formando.

— Muito bom... — Disse ela.

— Eu disse coisas horríveis para você na minha casa, mas estava confuso e magoado... Perdão. — Beijou minha mão.

— Os únicos sentimentos que eu tenho por você é amor, respeito, admiração, carinho, amizade... As coisas ruins já passaram. Eu não guarda raiva ou mágoa de você. Os dois foram culpados, mas também foram vítimas.

Passando a mão no meu cabelo, virou na direção da Imperatriz e se curvou novamente.

— Eu agradeço a senhora a direção que me deu e as palavras que me disse. Pareceu cruéis na hora, mas eu precisava ouvir. Eu não estava conseguindo colocar isso de maneira correta para fora.

A imperatriz sorriu.

— Vem aqui, minha criança.

Ela o abraçou como se realmente o Joong-gil fosse filho dela.

— Me desculpe se disse algo que ofendi.

— Você expressou sua dor, isso não é ofensa para mim, é confiança.

Park Joong-gil e seu coração mole, os olhos marejaram, mas não chorou, só sorriu novamente.

— Bem, enquanto o senhor Lim estiver trabalhando diretamente comigo, vocês dois irão trabalhar juntos e você, Park Joong-gil ainda será responsável pelo seu setor.

— Sim senhora.

— Podem ir.

— Certo...

Nos despedimos dela e saímos. Mal sai da sala com o Joong-gil que só estava ao meu lado, começou os ceifadores um a falar no ouvido do outro enquanto nos olhavam de maneira julgadora...

— Me sentindo no inferno de novo. — Falei baixinho, mas o Joong-gil ouviu e me olhou.

Com seu semblante sério, olhou todos ao redor.

— Por favor, se alguém tem algo a comentar ou perguntar, por que não faz isso agora?

Ninguém se manifestou. Até que um criou coragem e resolveu falar.

— O senhor sempre odiou a equipe de gerenciamento de risco, principalmente a senhora Goo e hoje aparece com essa linha verde ligando vocês e juntos o tempo todo como casal. Ela é alguém vinda do inferno, que cometeu suicídio e nem deveria está aqui.

Joong-gil intensificou seu olhar e o ceifador que já era antigo e nos conhecia desde quando fui tirada do inferno, recuou.

— A senhora Goo é e sempre será a minha esposa, desde a nossa vida na terra. Não a trate como se você fosse superior só por que não passou pelo inferno, lembre-se que todos aqui antes de serem ceifadores, eram humanos, cada um com seus pecados e passado. Será que se eu pegar sua ficha e ver toda sua vida, você realmente é melhor do que ela? Ou você esquece que uma pessoa que levou outra a cometer Suicídio é tão pecadora quanto que o fez?

O ceifador se calou e baixo a cabeça, recuando mais um pouco.

— Eu não devo e nem vou ficar justificando nada sobre a minha vida, menos aínda da minha vida com a Hyon-Ah. Se alguém aqui ficar a atacando ou batendo na mesma tela em relação ao passado dela ou erro que cometeu, eu mesmo irei expor o passado de cada um aqui e que os outros o julguem capaz ou não. Merecedor ou não de estar aqui. As vidas que a Ryeon salva são importantes sim, ela já pode ter salvo ou salvará alguém que vocês amam, mas não podem estar mais juntos devido a serem ceifadores... Só que é mais fácil focar no erro, não é mesmo? Ou somente vocês não tem passado já que não comentaram suicídio? Pecaram menos na terra, por conta disso?

Todos simplesmente se calaram e nos olhavam entre a vergonha e culpas, alguns até raiava de terem que ouvir a verdade.

— Estão todos avisado, agora voltem ao trabalho e não quero ouvir fofocas ou críticas.

Joong-gil só os olhou uma vez. Depois da Imperatriz, ele era o que mais causava medo só de olhar. Boatos que eu ficava páreo com ele.

Park Joong-gil me olhou, ficando de frente para mim.

— No que vamos trabalhar hoje?

Peguei o celular para olhar.

— Vai ser um dia longo, senhor Park.

— Por que?

Mostrei a ficha da pessoa em questão... Ele me olhou preocupado.

— Está tudo bem. — Falei.

— Preciso somente ir a minha sala e deixar algumas ordens com minha assistente. Encontro você lá.

— Certo. Vou na frente e ficar observando.

Joong-gil me deu um beijo no rosto e saiu na direção da sua sala. Eu fui ao encontro da jovem.



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