Capítulo 11

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Um médico entrou no quarto para examinar o pai da Eun-ji.

— Quando ele vai acordar, Dr?
— Ainda não sabemos senhorita, nos resta apenas esperar e se acreditar em algo, rezar. Já fizemos tudo o que podíamos.

Já exausta de chorar, encostou-se na poltrona, desolada. Fechou os olhos, entrelaçou os dedos um no outro e começou a rezar em pensamento, pois a boca apenas mexia discretamente.

Senti os dedos do Park Joong-gil encostar em minha mão, mas logo ele retirou.

— Desculpe.

O olhei por um breve momento, o que o fez voltar sua atenção para a Eun-ji.

— Eu entendo a dor dela, é insuportável perder alguém que ama para a morte. É cruel e desesperador, não desejo isso para ninguém.

Senti um nó enorme se formar em minha garganta.

— E quem morre também, por que não é a intenção da pessoa deixar quem ama, sofrendo aqui na terra. No fundo, ninguém quer morrer.

Em um momento de impulso, Park Joong-gil segurou minha mão e me puxou para junto dele, me abraçando forte e aconchegante. Quase eu vacilo e me entrego a algo que eu queria tanto. Que sentia tanta saudade, de estar em seus braços.

— O que acha que está fazendo senhor Park?

— Consolando a minha colega de trabalho que está lhe dando com um caso difícil e precisa de um abraço.

O olhei sem acreditar na sua cara de pau.

— Ah!

Me afastei dele para não ceder a tentação e nós dois sairmos prejudicados.

— Concentre-se no caso, por favor. E não se preocupe comigo, eu sei me cuidar.

Park Joong-gil nada respondeu, me soltou e voltou a olhar para a Eun-ji.

A garota levantou-se e feito um zumbi, caminhou em direção a porta. O celular alarmou indicando que os níveis de energia negativa estavam aumentando.

— Vamos segui-la.

— Sim senhora.

Ele bateu continência e começou a andar.

Eun-ji ia sem rumo em direção as escadas, o corpo cambaleando como se tivesse uma torta vontade própria.

Ela subiu o primeiro lance de escadas. Subiu o segundo... terceiro... Até chegar ao vigésimo quinto, onde ficava o terraço do hospital e o heliporto.

Chegando bem no meio do local, olhou para o céu e começou a gritar e chorar até ficar com falta de ar e cair de joelhos no chão.

Park Joong-gil se fez visível e foi até ela, abaixando ao seu lado e a abraçando. Ela deitou a cabeça em seu ombro e apenas chorou que nem criança.

— Por que eu sinto que ele não vai sobreviver? Eu me sinto tão perdida e sozinha. Não tenho vontade alguma de viver por que nada mais faz sentido. Dói tanto que eu faria qualquer coisa para que acabasse, passasse...

— Tudo está muito recente, é normal sentir a dor e a confusão de forma tão bruta, tão intensa. Eu já estive de luto e achei que não ia suportar e que não tinha mais forças ou motivos para olhar a vida e querer seguir. Só que o que você está passando é um momento doloroso, mais na frente verá o quanto você foi e é forte. Eu sei que sua mãe desejaria que você ficasse com as lembranças boas, momentos alegres entre vocês duas e entre você e seus pais. O que tem que ficar é o amor de vocês um pelo outro.

Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora