Capítulo 06

226 26 76
                                    

Seis meses depois...

— Park Joong-gil, você entendeu as regras?
— Sim, senhora imperatriz...
— Então você pode ir
— Sim senhora.

A cumprimentei com um leve aceno de cabeça e reverência. A imperatriz mal me olhou e manteve sua pose suprema me olhando de soslaio.

— Até breve senhora.

Levantou levemente uma das sobrancelhas e abriu um livro de ocorrências que estava próximo ao seu braço, na mesa. Me retirei de sua presença para ir para minha sala. A caminho, vi de longe o amor da minha vida, a única mulher que amei.... E sempre vou amar, mesmo no pós vida, a Goo Ryeon.

— Ryeon... — Sussurrei baixinho.

Ela estava virando na minha direção quando me forcei a ficar em minha forma invisível. Meu coração doía, era insuportável para mim ver e não poder toca-la. Só não foi tão horrível quanto segura-la morta, em meus braços.

Eu senti que iria chorar, mas não podia. Ninguém em Jumadeung podia saber do que aconteceu entre Goo Ryeon e eu, para o bem principalmente dela que era tão odiada aqui por ser uma sobrevivente do inferno! Literalmente...

Me teletransportei para minha sala e lá a tranquei. Sentado à minha mesa, em total escuridão, toda minha vida com a Goo Ryeon se passava diante de meus olhos como um filme, só que sem o final feliz.

— Eu deveria ter cuidado melhor de você... Ter estado ao seu lado a todo momento. Maldita época que nascemos, cercada por tanto ódio e hipocrisia...

Por mais que eu não quisesse, a culpa me consumia. Se eu não tivesse saído naquela noite, não tivesse a deixado só... A tivesse tirado daquela cidade horrível, recomeçado em outro lugar. Eu a teria até hoje e estaríamos juntos.

Eu guardava muita coisa em meu peito que me sufocava toda noite, que me fazia perder o sono e que eu guardava só para mim e que só a minha Ryeon conseguia ler o que eu não expressava em palavras.

Senti meus olhos arderem, um nó se formar em minha garganta. Cruzei os dedos em frente ao meu rosto, apoiei os cotovelos na mesa, fechei meus olhos e encontrei as mãos na testa, deixando todo esse sentimento ruim sair em forma de lágrimas.

— Goo Ryeon...

Eu desejava tanto ela ao meu lado, mas isso causaria problemas para ela então teria que me manter longe. Eu não me importaria de ser punido novamente, mas ela eu não quero que sofra. Nem mesmo que a olhem com cara feia. 

Um vento gélido percorreu a sala chamando minha atenção para a frente da porta que ainda se encontrava fechada.

— Se eu quisesse companhia, não teria a trancado senhor Lim.

— Eu posso ajudá-los.

Voltei a posição em que me encontrava.

— Eu não preciso de ajuda e não quero que mais ninguém se prejudique. Isso é somente entre a Goo Ryeon e eu.

— Acho que você a conhece bem o suficiente para saber que ela mantém aquela pose de indestrutível, mas por dentro ela está sofrendo.

Apenas respirei fundo e engoli o choro, voltando a minha pose de líder. Encarando o senhor Lim, bem no fundo dos olhos.

— Gerente Lim, eu vou te avisar somente uma vez. Não se envolva nessa história se não quiser sofrer consequências muito graves.

Levantei-me e apontei na direção da porta.

Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora