– Ryeon...
Esse desejo de não me calar era mais forte que eu. Eu abri mão da minha reencarnação por auto punição, mas agora estava mais do que disposta a lutar pelo Park Joong-gil novamente e mesmo que daqui, recomeçar.
– Senhora Imperatriz...
Ela como sempre, cuidando de suas plantas em Jumadeung.
– Vejo que os dois já conseguem ficar no mesmo ambiente sem querer se matar.
Ela tocou meu pulso e o ergueu levemente, me forçando a ver e lembrar que a linha do destino estava rompida entre nós dois.
– Sim, mesmo aqui, podemos deixar o passado em seu lugar e sermos bons amigos de trabalho.
Me cortava o coração ver... Ou melhor, não ver o que faltava aquela linha.
– Pelos próximos seis meses ele irá ficar trancado naquela sala, ajoelhado e amarrado. Será doloroso para ele, mas a partir de hoje, aquela sala estará bloqueada por mim e a única pessoa que terá acesso para entrar e sair sou eu.
Não iria de nada adiantar discutir com ela nesse momento. A imperatriz não está nessa cargo atoa, seria uma guerra perdida.
– E a senhora me chamou aqui só para me informar isso?
– Não! Logo irá chegar um caso para vocês dois, não será um caso fácil. Então tenha cuidado aonde pisa, pois é um verdadeiro campo minado.
Peguei o celular em meu bolso, mas não constava nada no aplicativo, nem mesmo notificação de atualização.
– Esse caso não entrou no sistema. Eu quero total sigilo...
– É alguém que a senhora conhece?
Sem falar mais nada, apenas me analisou por completo, deixou seu regador ao lado de uma das plantas e começou a andar em direção à sua mesa.
– Lembre-se, a dor pode deixar as pessoas cegas e burras... E infelizmente a dor leva ao desespero e o desespero a atos impensados. E isso pode acontecer com qualquer um.
– Até mesmo a senhora?
A imperatriz me olhou pelo canto do olho e deu um leve sorriso sarcástico.
– Eu também já fui humana antes de chegar até aqui. Ninguém pode dizer que eu não entendo todos que estão na terra. – Ergueu a mão e sentou-se. – Agora vá, eu tenho muito o que fazer.
Respirei fundo.
– Quem é a pessoa?
– O relatório chegará até você em breve. Prepare-se.
– Sim senhora.
Me retirei da sala para ir em direção a minha, mas com uma vontade quase insana de voltar para perto do Joong-gil. Minha mente começou a vagar para o passado, para o dia do nosso casamento... A alegria que estavam todos, a cidade dançava, bebia, ria... E eu só aguardava ansiosa o momento em que poderia ficar a sós com meu marido.
A porta do elevador se abriu, me fazendo voltar a realidade.
– Senhora... Está tudo bem?
Lim Ryung-gu me observava curioso.
– Temos um caso, passado diretamente pela própria Imperatriz.
– Mas, não recebi nada pelo sistema.
– E nem vai.
Segurei em seu braço e o fiz entrar novamente no elevador.
– Vamos tomar um café e conversar.
Ryung-gu suspirou.
– Como está o senhor Park?
– Não sei, não o vi ainda.
A porta do elevador se fechou e descemos até o estacionamento.
– E a senhora, como está com tudo isso?
– Bem. O que aconteceu entre o senhor Park e eu ficou no passado, eu abri mão de tudo, incluindo dele, quando me matei. Não há por que revirar isso...
Meu antigo assistente me observava.
– O que é? Esteve conversando com Freud novamente? Ele já te deu o diploma de psicanalista?
Lim Ryung-gu sorriu e cruzou os braços.
– A senhora está certa.
A porta do elevador abriu novamente e tomei a chave da mão do Lim.
– Eu dirijo.
– Sim senhora... – Suspirou. – Estou sentindo falta daquele idiota.
O olhei por completo sem dizer uma palavra.
– São apenas 50 anos... Nem é tanto tempo assim, gerente Lim.
Todo orgulhoso arrumou a gravata.
– Isso mesmo, gerente Lim.
Entramos no carro para ir até a lanchonete. Nesse meio tempo recebi uma mensagem da Imperatriz.
– Nosso caso chegou....
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Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)
FanfictionA vida e o trabalho de um ceifador não é e nunca será fácil. Ver as pessoas em seu último momento na terra, temendo a morte, o que vem após ela, chorando em intermináveis arrependimentos e resistindo a passagem chega a ser pior do que o inferno e se...