Capítulo 2 "A Cachoeira"

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— Emmye —

Era de manhã quando eu acordei e desci para tomar café da manhã. Fiz de propósito para fazer o café da manhã do meu pai também, já que eu sabia que ele acordaria mais tarde. Assim que eu terminei o café da manhã, comecei a me arrumar para limpar a casa, foi quando meu pai desceu para tomar café da manhã. Me observou por um instante antes de dizer:

— Vou te ajudar, não quero que você faça sozinha.

— Pai, descanse, nós dois sabemos que você precisa mais do que eu.

— Mas é seu único dia de folga da semana, eu quero que você descanse.

— Eu sei, pai, só que eu vou descansar depois. Quanto antes eu fizer isso, mais cedo eu posso relaxar.

— Bem, tudo bem...

E ele finalmente desistiu.

Eu fiquei livre por um tempo, o que foi ótimo para mim, consegui terminar a casa inteira no período da manhã e depois fiz o almoço, nós almoçamos juntos. Quando era perto das duas da tarde, resolvi ir ao mercado já para me livrar, nunca gostei de fazer isso e depois à farmácia comprar os remédios que faltavam. Eu tinha visto a receita de meu pai e percebi que precisava comprar os que faltavam. Não se deve economizar neste caso, a saúde dele sempre viria em primeiro lugar. Desci, já pronta para sair e com a minha bolsa.

— Pai, estou indo ao mercado, volto daqui a pouco — avisei.

— Ok, depois disso, vá se divertir, mesmo que seja só um pouco.

— Está bem, mas fique de cama.

— Eu sei, eu sei...

E eu saí, deixando-o sozinho em casa.

— Edson —

Eu estava sentado na sala de jogos do nosso hotel observando meu irmão jogar um daqueles de moto, que você dirige a moto espacial no vídeo game. Eu não estava a fim de jogar, já tinha jogado outro jogo com ele hoje. Mas eu nem podia sair dali porque tinha que ficar cuidando dele, uma das maravilhas de ser irmão mais velho. Sinta meu sarcasmo, era muito chato, mesmo que eu sempre tenha amado meu irmão.

— Ei, Ed, que horas vamos à cachoeira? — Carlos perguntou, sem nem se virar para olhar para mim. Ele estava concentrado no jogo.

— Pelo fim da tarde — eu respondi.

— Por quê? — a voz dele soava muito desapontado com a nova informação.

— A mãe disse que, para não pegarmos tanto sol, vamos pelas quatro da tarde — eu resolvi dar um horário para ele não me perguntar a cada cinco minutos.

— Espera, eles vão com a gente? — Carlos virou para mim, dava para ver seu desapontamento em seus olhos. A informação foi suficiente para fazê-lo tirar os olhos do jogo, isso é grande coisa.

— Não, calma, acho que você entendeu mal — acabei dando uma risada dele.

— Mas eles vão nos deixar ir mesmo sendo quase noite? — Ele franziu o cenho.

— Eu disse que era pertinho... — eu falei, virando a cara.

— Você mentiu para eles! — ele tinha seus olhos arregalados e eu um sorriso.

— Não me olhe com essa cara, foi para o nosso próprio bem — eu disse fingindo ter uma causa nobre além de um pouco mais de liberdade.

— Hum, sei — ele disse, revirando os olhos.

Mil Estrelas de DistânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora