— Emmye —
Os dias se passaram mais rápido do que eu previra, agora que eu tinha um compromisso. Ele tinha ido no dia seguinte à lanchonete e marcamos de nos encontrar às onze horas da manhã na frente da lanchonete. Eu acordei em um horário normal, me arrumei só um pouco porque não queria que ele pensasse mais nada. Então peguei um ônibus, eu estava com tempo até ele dar defeito e termos que descer, fomos até outro, eu me atrasaria, pois esse nem era o da mesma rota, mas chegaria próximo. Me senti obrigada a correr e, quando cheguei, estava ofegante, tudo porque não queria estar tão atrasada.
— O que houve? Eu devia ter ido te buscar em casa, não é? — Edson falou assim que me viu. Ele tentou me convencer a ir até a minha casa, o que eu neguei completamente.
— Calma, eu só tive um problema com o ônibus — eu disse, começando a me recuperar.
Ao me ver ainda um tanto ofegante, ele foi lá para dentro buscar água, o problema é que Louane veio junto, ele me deu uma garrafa d'água que não fiz nenhum drama e só bebi.
— Eu vi no jornal que está passando agora o ônibus que você sempre pega quebrou — ela disse, vendo meu estado que deveria estar melhor.
— Eu estava nesse ônibus, resolvi pegar um de outra rota porque o próximo que parava aqui só iria passar bem mais tarde.
— Bom, o importante é que você chegou — disse Lolo — eu vou voltar para dentro, bom encontro para vocês.
— Você está bem mesmo? — ele perguntou.
— Estou sim, apesar de não querer vir a esse encontro, não é certo deixar alguém esperando.
— Obrigado por isso, mas você podia ter vindo no seu tempo, não foi algo controlável.
— Foi uma variável possível, mas bem difícil de acontecer. E ele não quebrou realmente, só deu um problema, não ia acontecer nada, o motorista avisou que até terminaria a rota, mas por precaução queria ver o que era o barulho que estava fazendo, o quanto antes.
— Pelo menos não foi nada demais.
Mais tarde, a gente descobriu que o ônibus não tinha problema nenhum, era uma criança que estava fazendo os barulhos com o comunicador da mãe e parecia que era um problema no ônibus.
Nosso encontro começou tranquilo, andamos por uma feira, o que, na verdade, era bem gostoso de fazer. Olhamos as barraquinhas de quinquilharias e de comidas, comemos algo em uma das barracas já que estava na hora de almoçar, então a música começou. Edson me superou por começar a dançar do nada junto com os dançarinos, ele não dançava tão bem, o que me fez rir. Não consegui segurar, e eu tive certeza de que ele me viu rindo.
Depois fomos comer mais alguma comida de rua, pois o primeiro não foi suficiente.
— Edson —
Observei ela olhar no menu que eles tinham ali, não eram muitas opções.
— O que vai querer? — perguntei.
— Acho que vou ficar com 7 de paus — ela disse. Era a mesma coisa que um espetinho de carne.
— Então vou escolher o mesmo, você já comeu aqui?
— Na verdade, não, o fato de morar aqui é que nem sempre fazemos o que as outras pessoas falam. Só como perto de casa, tem um restaurante muito bom lá.
— Podemos ir lá na próxima vez.
Ela foi falar, mas ficou quieta, acho que ela tinha percebido minha armadilha. Tristemente, eu tive esperanças de conseguir mais um encontro. Acabamos conversando muito e eu também acabei revelando algumas coisas sobre mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mil Estrelas de Distância
Romance"- Eu viajarei mil estrelas de distância por você e eu viajarei mais mil estrelas de distância só para não te perder." A distância não é o empecilho, as pessoas são. Emmye, uma estudante do ensino médio que trabalha em uma lanchonete, vive no vibran...