Capítulo 22 "Saudades"

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— Emmye —

O motorista me deixou em casa e foi embora, quem diria que seria tão bom ter um namorado? Mas tinha um lado muito negativo de ele morar longe... eu já sentia falta dele. Meu pai iria demorar para chegar, então resolvi tomar um banho bem quente para relaxar. Depois, me joguei no sofá por um tempo. Naquele dia, iria descansar e, no outro, iria fazer meu plano de estudo.

Acabei cochilando no sofá, só acordei quando meu pai, sem querer, bateu à porta.

— Desculpe — ele disse.

— Oi, pai.

— Como foi sua viagem? — Ele veio até mim e eu o abracei.

— Foi esplêndida, simplesmente inesquecível.

— E seu namorado foi...?

— Foi muito responsável e respeitoso, como você queria, pai.

— Ele parece um ótimo rapaz mesmo.

— Ele é.

— Que bom que você gostou da viagem e que deu tudo certo — ele sorria para mim.

— E como você está?

— Se pergunta da minha saúde...

— Óbvio que estou te perguntando da sua saúde, pai, não sei se você lembra, mas você foi internado no hospital — eu disse, interrompendo.

— Certo, certo, eu estou bem, estou tomando todos os devidos cuidados desde que o médico pediu, você não tem mais que ficar preocupada quando a isso.

— Ok, ok, mas eu sou desse jeito e pego no seu pé porque eu me importo com você, eu te amo, pai, você é minha única família.

— Eu sei, minha filha, eu também te amo e estou me cuidando, porque não quero mais que você fique chateada comigo. Agora, o que acha de jantarmos? Você avisou que voltava hoje, então eu comprei comida no caminho de casa. Eu trouxe sua comida favorita, não posso perder em tudo para o seu namorado, apesar de que eu tenho certeza de que ele te levou para comer comidas bem melhores.

— Pai, nenhum restaurante do mundo pode se igualar à minha comida favorita que eu como com você, porque somente essa comida vai me trazer a nostalgia, a lembrança de quão importante sempre foram os momentos que passamos juntos.

Meu pai sorriu e me abraçou de novo, fiquei feliz. Abraço de pai é maravilhoso, e eu não entendo bem, mas ele tem um cheiro de pai, algo reconfortante e um sentimento de porto seguro. Me sinto mais segura naquele abraço do que em qualquer outro lugar.

— Edson —

Minha viagem foi longa, ainda mais que agora eu estava viajando sozinho, fui direto para casa dos meus pais, eu ainda teria um tempo antes das minhas aulas voltarem, mais ou menos umas duas semanas, ainda mais porque eu tinha ido embora quando deu.

Cheguei em casa e, a princípio, parecia vazia, exceto por alguns empregados. Ser dono da Sleyers nos deixava um dos mais ricos de todos os planetas conectados, eu acho que Emmye não tinha nem ideia disso. Carlos foi o primeiro a aparecer.

— Ed! Você voltou!

— Oi, maninho — ele me abraçou. A verdadeira razão de eu ter voltado cedo, antes das minhas férias acabarem, era bem simples: se eu ficasse lá, atrapalharia os estudos de Emmye.

— Achei que você não ia voltar tão cedo.

— Lógico que ele teria — Meu pai apareceu.

— Oi, pai.

Mil Estrelas de DistânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora