Mil Estrelas de Distância

Capítulo 8 "Reencontro"

— Emmye —

Eu fui acordada por um médico, meu pai seria liberado até o final daquele dia, se todos os exames corressem bem. Olhei para o médico, preocupada.

— Fique tranquila, os exames estão todos certos, estamos só esperando a finalização de um e o liberaremos.

— Certo — eu disse em uma voz fraca.

— Vim falar com você porque tem uma pessoa te chamando lá embaixo, e como ele não é família, ele não pode entrar.

— Entendi, vou descer então. Obrigada.

Levantei e caminhei até a porta, a princípio sem pensar em nada, então a falta de lógica daquela informação veio à minha mente. Quem poderia vir me visitar aqui? E ele não falou para visitar o meu pai e sim a mim. Eu comecei a vagar em minhas memórias e comecei a pensar nele, a pessoa que eu mais queria que estivesse ali. Chacoalhei a cabeça para afastar aqueles pensamentos. Não queria alimentar minhas esperanças. Então, resolvi me permitir sonhar por todo tempo, que foi a descida de elevador, um momento único onde pude fechar os olhos, meus olhos tão cansados.

No momento em que eu abri os olhos e o elevador abriu a porta, eu me deparei com um homem alto, muito bonito, que me olhava com uma expressão surpresa e ofegante, como se ele tivesse corrido muito para chegar ali. Dava para ver um pouco de umidade em sua testa, que eu imaginei ser suor. Mas ele continuava perfeito, exatamente como eu tinha visto na última vez.

— Emmye — seus lábios se separaram proferindo meu nome. Meu coração derreteu ao ouvi-lo.

— Edson — eu soltei com a minha voz fraca.

Mesmo que ele estivesse suado, eu deveria estar pior, tinha ido direto do trabalho para lá. E ainda assim, ele se aproximou de mim e colocou uma mecha do meu cabelo, que estava para frente, para trás da minha orelha. Senti meu rosto esquentar, ele continuava tão bonito quanto da primeira vez.

— Eu senti sua falta — ele disse com os lábios próximos do meu ouvido.

Senti um leve arrepio ao ouvir aquela voz novamente tão próxima de mim. Eu também tinha sentido falta dele, mas não deveria falar, eu tinha que acabar com aquele relacionamento, então comecei a desviar o rosto, mas ele pegou meu queixo e me fez olhar em seus olhos, onde eu me derreti, e minha mente parou de funcionar completamente. Só tomei consciência do que estava acontecendo quando eu mesma disse as palavras proibidas:

— Eu também senti a sua — senti meus olhos se alargarem no momento em que eu proferi essas palavras que eu nem devia saber como falá-las.

Ele sorriu e fui hipnotizada pelos seus lábios. Naquele mesmo instante, eu sabia que eu tinha o desejo profundo de beijá-lo. Quando eu voltei a dar conta de mim, seus lábios já estavam próximos dos meus e ele selou em meus lábios um belo selinho. Foi aí que a razão havia tirado férias em minha mente, porque na hora em que ele se aproximou de mim mais um pouco, eu toquei o corpo dele perto do pescoço e ele me puxou pela cintura. Então puxei seu pescoço, ele era mais alto do que eu, senti ele cedendo altura. Nós nos beijamos, como eu jamais havia beijado alguém.

Quando a razão começou a querer voltar à minha mente, a primeira coisa de que eu me lembrei foi que estávamos nos beijando em um hospital cheio de gente. Olhei em volta imediatamente depois que saí da minha hipnose. Ok, não tinha tanta gente assim, consegui me acalmar, ele riu quando entendeu o que eu estava fazendo.

— O que está fazendo aqui? — eu perguntei.

— Edson —

Eu imaginei que ela faria aquela pergunta. Mas eu não conseguia deixar de ficar feliz, ela tinha dito que sentiu minha falta e tinha me beijado tanto quanto eu a beijei. Quando a porta do elevador se abriu e eu a vi, foi como se o tempo parasse, e ninguém mais existisse nesse mundo além de nós dois. Seu nome simplesmente saiu da minha boca sem eu nem ao menos ter a chance de pensar. Mas foi quando ela disse o meu, que meu coração se derreteu, a voz dela era a melhor das melodias no meu ouvido.