Capítulo 27 "Elveros"

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— Emmye —

Eu estava com vergonha, encostei a cabeça em Ed para tentar não pensar em mais nada, o cheiro dele era um tanto calmante. Ele me abraçou com um braço, não sei se foi uma boa ideia ou não ele revelar isso para os pais dele, mas não tem como mudar o que já foi feito.

O resto da viagem seguiu tranquilamente, acabamos assistindo a um filme juntos, conversamos de várias coisas aleatórias. Era bom estar com Ed, eu podia ser eu mesma, e acreditava que para ele era o mesmo comigo também. E eu confiava nele desde que ele veio no meio de tudo para eu não terminar com ele. Eu sabia que ele não faria nada de errado, até meu pai dizia que Ed era muito responsável e confiável.

Foi quando faltavam umas duas horas para chegarmos no planeta Elveros que eu comecei a ficar nervosa, porque eu iria conhecer os pais dele, aquilo me derrotava. Eu estava com muito medo de que eles não gostassem de mim. Afinal, são meus sogros, a gente sempre viu nos filmes que era uma relação de amor ou de ódio, nunca o meio-termo. Eu só esperava que fosse de amor e não de ódio.

Mas acho que meu desespero estava transparecendo, porque Ed falou:

— Fica tranquila, vai dar tudo certo — enquanto acariciava meus cabelos.

— Meu medo de conhecer seus pais está tão visível assim?

— Está — ele disse sem nem mesmo disfarçar, então acariciou meu rosto. — Você pode falar para mim o que está sentindo.

— E se eles não gostarem de mim... — eu soltei baixinho.

— Eu imaginei que fosse isso que você estava sentindo, mas fica tranquila, eles vão amar você.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Porque eu os conheço e conheço você, vai ser muito tranquilo e, outra, o meu irmão te adora.

— O Carlos está bem?

— Está desesperado para te ver de novo, porque eu nunca o levo para te ver e não te trago, é o que ele diz — e deu uma risada no final.

— Obrigada por tentar me acalmar, mas não acho que esteja funcionando.

Ele sorriu para mim e se aproximou do meu rosto.

— Sabe, eu acho que sei um jeito de te acalmar.

E assim, ele finalizou a distância entre nós, me beijando. Quando percebi, eu estava tão envolvida naquele beijo que minhas preocupações sumiram, pelo menos sumiram por um tempo.

Foi assim que ficamos um no outro até chegarmos, foi um tanto romântico na minha opinião. Ed realmente sabe como me acalmar.

***

O que não adiantou de nada porque, no carro para a casa dele, eu estava mais nervosa do que estava no trem. Ed segurava minha mão sem soltar, ele sabia o que eu estava sentindo, e fazia carinho, mas era inevitável.

A casa de Ed era gigantesca e muito moderna, se é que eu posso chamá-la de casa e não outra coisa. O motorista deixou a gente na porta da frente e vi Ed dando instruções para ele, o que eu não ouvi, pois estava nervosa demais para conseguir até mesmo escutar o que ele dizia. Eu estava começando a ficar preocupada de que eu não conseguisse ouvir ninguém quando falasse comigo.

Ed pegou minha mão e me puxou gentilmente para a porta. Antes de abrir, ele olhou para mim, me abraçou e disse:

— Vai ficar tudo bem.

Então meu ouvido voltou e eu comecei a respirar bem fundo, consegui me acalmar um pouco. Bom, bom, ele conseguiu me acalmar, não posso receber mérito nenhum por isso. Então, depois de respirar bem fundo umas 5 ou 6 vezes, eu olhei naqueles doces olhos e disse:

Mil Estrelas de DistânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora