Mil Estrelas de Distância

Capítulo 1 "Lanchonete"

"A distância é apenas um teste para ver o quão longe o amor pode viajar." — frase do site: meapaixonei.com.br

— Emmye —

Férias, o que são férias? Considerado sinônimo de descanso. Era essa situação que eu me encontrava, mas no meu caso eram só férias de estudo, pois o trabalho ainda estava presente no meu dia a dia.

Sentada na mesa da cozinha, eu mexia o açúcar no copo de café. O sono era algo natural de manhã, considerando que eu saía do trabalho às 23 horas. Por ser férias, aproveitei para ganhar mais dinheiro e fazer dois turnos, então estava fazendo o da tarde e o da noite que paga mais. Ainda mais agora na época de férias. O planeta em que eu morava sempre foi conhecido por proporcionar muita diversão.

Eu morava no planeta de Arcádia, onde os jogos são os mais populares, o que é bom, porque eu consigo ganhar bônus nessa época do ano. Afinal, um planeta conhecido pela diversão na época de férias ficava hiper lotado. Como diria Louanne, é uma época perfeita para conhecer gente de todos os planetas conectados.

Eu estava sozinha, sentada na mesa da cozinha, meu pai tinha saído fazia pelo menos duas horas para trabalhar, fazia algum tempo estive preocupada com ele. Ele vinha tossindo muito esses dias, tentei convencê-lo a ir ao médico, mas foi em vão.

Deixei minha mente vagar, o café da manhã era o meu momento de paz. Um momento para descansar, relaxar e desestressar. Peguei meu comunicador e olhei um pouco as redes sociais, depois entrei em um aplicativo e li um pouco. Os artigos diziam que Arcádia estava cheia de turistas de todos os planetas conectados. O que eu já sabia.

Depois que eu almocei, fiquei vagando pela casa até dar o horário de sair para ir trabalhar. Eu não estava com vontade, mas não era opcional.

Cheguei cedo na lanchonete um pouco antes do início do meu horário, vi que meus colegas já estavam lá e sorri para eles. O dia estava se passando como o normal, por ser férias, tinha mais movimento, mas não era muita. Foi só depois de uma hora de trabalho que Louane me chamou:

— Emmye!

— O quê?

— O que você acha de competir para ver quem serve mais mesas hoje? Apostando algo, sem dúvidas. — Era visível a empolgação de Louane.

— Beleza, mas o que vamos apostar? — eu não participei da mesma empolgação que Lolo, mas estava disposta a fazer seu jogo, já que isso faria o tempo passar mais rápido.

— Vamos apostar que quem perder vai ter que fazer algo que a outra mandar, o que acha? — ela perguntou, seu olhar dizia que já estava tramando alguma coisa. E eu preferia não saber o que era.

— Por mim, tudo bem — eu disse, mesmo sabendo que isso podia ser uma má ideia.

— Ei! Vocês duas! Eu também quero competir! — Felip disse, meu outro companheiro. Era basicamente nós três e os donos que também eram gerentes, mas nem sempre estavam por aqui.

— Nem pensar, não sabe o que é uma competição de garotas, Fefe? — disse Louane, que parecia amar arrumar confusão com Felip.

— Vamos, vai, deixa eu participar! — ele fez biquinho.

— Não, não e não! Na próxima você entra.

— Perguntinha é... vamos começar a contar agora ou no horário de pico? — eu perguntei, me intrometendo antes que piorasse.

— No horário de pico — Louane respondeu, voltando sua atenção para mim.

Naquele momento, da discussão sem fundamento algum, entrou um rapaz, que parecia ser um pouco mais velho que eu, e uma criança. Para piorar a situação, meus queridos companheiros de trabalho voltaram a discutir, então eu fui atendê-los, peguei um cardápio no caminho, já que eles estavam se sentando em uma mesa.