Capítulo 3 "Encontro?"

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— Emmye—

Era mais um dia cansativo de trabalho, como todos os outros dias, afinal isso tinha uma palavra chamada rotina. Rotina, uma coisa que dependendo do que você faz pode ser horrível, ou maravilhoso, no meu caso era só cansativo. Mas eu sabia que não iria durar para sempre, eu tinha mais um ano e acabou essa rotina e eu teria uma nova. Pois faltava um ano de ensino médio.

Fazia alguns dias desde o dia da cachoeira, e desde aquele dia, Edson tinha vindo todos os dias para a lanchonete, até os outros funcionários começaram a perceber. Lolo veio dizer:

— Esse garoto tem vindo bastante e sempre fica de olho em você, o que aconteceu entre vocês dois, em?

— Nada demais, na verdade.

— Hum, sei. — Lógico que ela não acreditaria.

— Vai atendê-los, eu tenho que limpar aqui — eu disse, tentando me livrar dela e dele.

— Eu já estava indo.

— Edson —

Nosso tempo na lanchonete estava começando a não ser o suficiente, eu queria ficar mais tempo olhando para ela e não podia. Eu estava pensando no que eu poderia fazer para aumentar meu tempo com ela, quando meu irmão disse:

— Ed, você ficou o tempo todo olhando para aquela garçonete, então nem venha me dizer que não está apaixonado por ela.

— Primeiramente, ninguém se apaixona de primeira vista, segundo, só vim aqui porque a comida é boa.

— Mas isso não justifica o porquê de você ficar olhando para ela.

— Terceiro! Ela é bonita, fica difícil não olhar.

— Ela é linda até com uniforme, mas ficar olhando é feio e ela não é bonita, é linda! — A sinceridade do meu irmão era comovente, ouça meu sarcasmo.

— Eu sei, meu irmãozinho...

— Hum, sei, aliás, por que você perguntou para aquela outra garçonete que horário termina o expediente?

— Como se eu fosse te falar — eu disse com um sorrisinho no rosto, eu sentia meus lábios se repuxarem. Essa era a verdadeira razão de eu estar pensando em como passar o tempo com ela, afinal eu já tinha o horário, mas e agora?

— Emmye —

Tinha acabado mais um dia de trabalho, eu me sentia tão cansada, mas aliviada de poder ir para casa. Eu estava ao lado de Lolo quando eu disse:

— Finalmente.

— Nem me fale, não estou me aguentando em pé — ela respondeu enquanto terminava de trancar a janela, Felip estava no banheiro e ia com ela.

— Bom, eu já vou indo, tchau, até amanhã — eu disse, me virando e indo em direção à porta, afinal íamos para sentidos opostos.

— Até.

Dei um último aceno e saí pela porta, nem deu tempo de fechar a porta, quando vi o rapaz que agora era cliente frequente da lanchonete encostado na parede.

— O que está fazendo aqui? — eu perguntei.

— Eu queria te ver... Aliás, não é tarde para uma garota voltar sozinha?

— É o meu trabalho.

— Acho que você devia mudar de turno.

— Não é opcional, o que você está fazendo aqui, de verdade?

Mil Estrelas de DistânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora