— Edson —Ela estava tão linda, como sempre, mas quando a olhei na cozinha dela, não me aguentei, e o pai dela falou para não termos juízo demais, o que é um tanto engraçado. Nunca pensei que ouviria esse tipo de coisa do pai da minha namorada. Foi meio que chocante, mas tudo bem. Eu estava embriagado pelo cheiro dela, depois de beijá-la e de senti-la responder da mesma forma, meu corpo inteiro se alterou, eu queira beijá-la mais, quase fui, mas me contive beijando sua testa. Não iria ser legal se meu sogro nos pegasse daquele jeito. Eu não queria.
Já que era nosso terceiro dia na maratona infinita de filmes e séries, eu nem me importei em sentar direito no sofá, nós sempre acabávamos caindo do jeito que eu queria ficar. Me deitei nele e chamei para ela se deitar junto. Ela me olhou e subiu uma sobrancelha, então eu disse:
— Seu pai disse para termos menos juízo.
Ela riu e aceitou meu convite, deitando-se no meu peito, mas então ela fez algo que eu não esperava, levantou a cabeça olhando nos meus olhos e então me deu um selinho. Eu queria aprofundar o beijo, eu sabia que ela também queria, mas ela não deixou e soltou o beijo, voltando a deitar na mesma posição. Eu fiquei querendo mais, ela nunca me daria um selinho assim, por vontade própria, então soltei:
— O que foi isso?
— Não foi você quem disse que deveríamos fazer o que o meu pai sugeriu.
— Sim, mas podíamos ter nos beijado mais forte — eu disse, fazendo biquinho, fazendo ela levantar a cabeça e olhar para mim de novo, então me deu outro selinho. Eu senti meu sorriso abrindo, eu sabia que eu sorria feito bobo. Ela sorriu para mim.
— Vingança — ela respondeu, simplesmente, eu pisquei meus dois olhos, estupefato. Ela voltou a se deitar no meu peito.
— Como assim, vingança? Vingança de quê?
Eu a senti sorrindo deitada, enquanto eu acariciava as costas dela.
— De ontem.
— Ontem? — eu estava mais confuso a cada momento — o que eu fiz de errado ontem?
— ... — ela hesitou, mas disse — me deu só um selinho antes de ir.
Eu sabia que meus olhos estavam brilhando com aquela informação, não era só eu que fiquei com vontade de mais ontem. Eu usei minha mão para fazê-la olhar para mim, então usei meu braço para puxar ela mais para perto, me ergui um pouco do sofá e a beijei, não estava nem pensando se o pai dela aparecesse ali ou o que iria pensar de mim, foi ele mesmo quem disse para termos menos juízo. Foi um beijo calmo, mas profundo.
— Um — eu disse quando acabou o beijo.
— Um? — vi que ela não estava entendendo o que eu pensei.
Em poucos segundos, eu a puxei para mais um, eu iria vigar todos os beijos que foram só um selinho, ou seja, faltava esse e mais um.
— Dois — eu disse quando acabou.
Ela deu um sorrisinho, eu sabia que ela já estava entendendo a minha contagem. Eu a beijei de novo, tão calmo quanto os outros, mas profundo e maravilhoso.
— Três — dissemos juntos. Ela riu e eu vi aqueles belos lábios em um sorriso e não aguentei. A puxei para mais um beijo, ela deu uma risadinha, mas não me impediu.
A nossa manhã foi bem interessante, uma das melhores que eu já tive, isso com certeza, afinal toda vez que um de nós tinha vontade de dar, nem que fosse só um selinho, puxávamos um ao outro para isso. O pai dela tinha nos dado uma liberdade maior, agora parecíamos mais como namorados que acabaram de começar a namorar. A tarde prosseguiu da mesma forma, e o que eu gostei mesmo foi que o fluxo de selinhos e beijos não reduziu. Mas o que me pegou de surpresa foi o que ela me disse:
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Mil Estrelas de Distância
Storie d'amore"- Eu viajarei mil estrelas de distância por você e eu viajarei mais mil estrelas de distância só para não te perder." A distância não é o empecilho, as pessoas são. Emmye, uma estudante do ensino médio que trabalha em uma lanchonete, vive no vibran...