Capítulo 28 "Jantar"

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— Emmye —

Eu me sentia em um filme de comédia pastelão, meu namorado tinha acabado de me apresentar à sua família e eu sentia que estava tudo estranho, que a atmosfera estava estranha. Mas podia ser só eu, já que eu estava uma pilha de nervos, com medo de cada palavra que pudesse sair da minha boca e acabar por ofendê-los ou acabar de vez com a reputação que eu nem sequer tinha começado a construir. Ou seja, eu me sentia caindo de um precipício.

Mas isso nem era o pior, eu estava sozinha com a mãe de Ed e ela estava falando comigo e eu estava tentando me forçar a entender o que ela falava, mesmo ela falando a mesma língua que eu. Era como se eu não estivesse no mesmo plano que ela.

— Minha querida, é um enorme prazer finalmente tê-la em nossa casa. Carlos sempre está perguntando de você para Ed, acho que ele é seu fã, mas também para conquistar o nosso filho dessa maneira, até eu me tornei uma fã. E como foram de viagem?

— Foi bem tranquilo — eu comentei, tentando permanecer naquele plano.

— Eu espero conseguir fazer você se sentir o mais em casa possível, até porque agora aqui é sua nova casa. Mas imagino que já deve estar com saudades de lá.

— Eu não sou muito apegada a bem matérias, o que eu queria ter trazido junto comigo é meu pai, parte meu coração saber que ele está sozinho lá em casa.

— Ah, você não tem mais mãe? Ela faleceu? Desculpe a pergunta, deve ser dolorido para você pensar nisso.

— Na verdade, não, a minha mãe abandonou meu pai e eu quando eu tinha apenas 1 ano, então não tenho muitas emoções sobre ela.

— Sinto muito, mas fique tranquila, agora eu serei sua mãe.

Ela era extremamente doce, não pude deixar de sorrir. Eu fiquei feliz, como não ficar, afinal ela queria me tratar como filha, e eu nunca tive uma mãe, pelo menos não em uma época que eu me lembrasse.

— Este aqui é o seu quarto — ela abriu a porta para eu entrar, minhas coisas já estavam todas lá. E ele era todo decorado com imagens de floresta, a parede inteira era uma floresta, tinha cascata, parecia um quarto da natureza, o que é claro, eu amei demais. Aquilo tudo era a minha cara.

— Nossa, muito obrigada! É simplesmente maravilhoso.

— Eu o decorei um pouco, lógico que fui obrigada a perguntar para o meu filho, o Ed, sobre o que você gostava, as fotos de vocês foram ele quem colocou, porque eu disse que ela, no caso você, não iria querer milhões de fotos só com ele no quarto, mas ele insistiu, disse que era para você não se esquecer que ama ele.

Eu fui obrigada a rir, aquilo tudo estava hilário, eu estava até começando a me sentir mais calma com a situação.

— Eu amei muito, eu nem esperava que teria um quarto deste tamanho, muito menos que ele seria decorado para mim — eu disse sorrindo, maravilhada com tudo aquilo.

— Mas é claro que não deixaríamos você sem quarto, no futuro provavelmente você não vai mais querer dormir nele e sim com Ed, mas enquanto isso não acontece, na verdade, mesmo quando acontecer, vamos manter um quarto para você aqui. A casa é grande e eu imaginava que meus filhos um dia começariam a namorar. Devo dizer que Ed foi demorado, nunca ficava com ninguém, nem namorou ninguém até conhecer você, e foi de cara para um namoro sério. Meu filho morre de medo de perder você.

— Ele já disse isso para mim, eu não vejo como ele conseguiria me perder, acho que desde que ele foi até lá por mim no meio das aulas só porque eu desisti do relacionamento, eu nunca pensei em deixá-lo nem sequer uma vez desde então.

Mil Estrelas de DistânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora