Capítulo 19 "Montanhas"

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— Emmye —

O planeta era simplesmente incrível, tudo areia, sem dúvidas maravilhoso, era de manhã, de noite não deu para ver direito como o local era, mas também, a cidade cheia de prédios e luzes ligadas não permitia que a beleza da natureza realmente se mostrasse.

Nós fomos até o passeio turístico e pegamos mais um barco, tenho que admitir, achei engraçado, barco de novo. Então, andamos em um rio de areia, era simplesmente incrível. E ali o comunicador não estava mais funcionando.

Entramos em uma caverna, estava escuro e fui ver meu comunicador, estava completamente sem sinal. Guardei ele. Quando adentramos mais na caverna, eu não consegui não dizer:

— Uau! Isso é incrível!

— É uau mesmo! — Ed respondeu.

— Isso são...

— Cristais — dissemos juntos.

— Cristais que brilham no escuro — eu disse.

— Deve ser por isso que nenhuma tecnologia funciona aqui.

Tinha cristais por toda a extensão da caverna e eles brilhavam em diferentes cores, mas nenhum era tom quente, todos eram tons frios. Eu imaginava que era devido à falta de luz solar, mas achava que minha solução era muito infantil. Até porque eu nem teria como descobrir.

Lá dentro da caverna, tinha um lugar onde paramos, e havia restaurante e até loja de suvenir. Comprei para dar para o meu pai e Ed comprou um par de cristais que, quando se aproximavam, ficavam vermelhos. Ele deu um para mim. Por hora, eu tinha colocado na minha bolsa.

Almoçamos ali e seguimos caminhada, tinha escada, descemos e descobrimos mais coisas incríveis para ver, ali o chão brilhava, fomos indo e caminhando, ali tinha mais barcos, era hora de voltar, então subimos no barco e continuamos o passeio, estávamos agora no mar de areia que brilhava, era igual à caverna em cima, como se fosse uma aurora boreal, mas vários grãos, cada um de uma cor.

— Você acha cada lugar, Ed — eu disse.

— Eu sei, também estou um tanto chocado com o que tinha na caverna, no site só dizia que dava para almoçar.

— Você aceitou em cheio, de novo.

Ficamos um bom tempo navegando em areia e na caverna, que agora só tinha cristais, até que chegamos ao fim e tinha uma nova escada, agora para subir. Subimos muitas escadas e, no fim, saímos da caverna, então seguimos para o trem. No caminho, procuramos lugares interessantes para jantar.

Quando chegamos no trem, era tarde, dormiríamos lá, o trem tinha cabines de dormir, cada um de nós ficou em uma, até a cama do trem era melhor que a minha cama, eu estava abismada com a diferença, não deveria ser tão grande. Mas eu dormi, sem saber nosso destino, e nem me preocupando com ele.

— Edson —

O próximo planeta era um pouco mais longe, era perto de onde eu morei desde que nasci, perto do meu planeta, bem perto mesmo. Esse planeta ficava a 20 horas do último, isso que o penúltimo ficava a umas 8 a 9 horas do planeta Acqua. Ou seja, estávamos bem longe de Arcádia, já que esses eram os trens mais rápidos que tínhamos. Se fosse pegar um normal, demoraria em torno de 5 dias de viagem. Pegando o Express, que ele dá uma parada no meio, aí ele leva 1 dia e meio, nós estávamos fazendo um tour, mesmo no Express, tecnicamente ele ficaria a mais umas 10 horas do meu planeta.

A viagem de trem, apesar de longa, foi tranquila e Emmye parecia feliz. Quando eu perguntei se ela estava bem e se estava conseguindo descansar, ela respondeu:

Mil Estrelas de DistânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora