Mil Estrelas de Distância

Capítulo 11 "Realidade"

— Emmye —

Quando eu acordei naquela manhã, senti que eu tinha um sorriso em meus lábios, então fui recordando cada momento do dia anterior, até que chegou à lembrança quando vi Edson, não pude deixar de sorrir. Era cedo ainda, então me enrolei na cama, eu estava de folga de tudo, eu tinha pegado férias do trabalho para não perder as minhas férias e poder cuidar do meu pai. E era feriado, eu me sentia livre.

Meu pai ainda estava de atestado e ficaria por pelo menos mais alguns dias em casa, o que era bom, já que eu estava muito preocupada com ele. Levantei quando a fome ficou insuportável, fui fazer meu café da manhã e do meu pai. Fiz o meu e comi, afinal ainda não tinha ouvido barulho do meu pai acordando, então imaginei que ele ainda estivesse dormindo. Quando terminei de comer, coloquei o café da manhã de meu pai em uma bandeja e levei para cima. Coloquei do lado da cama dele, na cabeceira, ele ainda estava em um sono pesado.

Olhei no relógio e fui trocar de roupa, uma roupa para passar o dia inteiro em casa. Quando coloquei a roupa, pensei que pelo menos devia ficar com uma roupa que combinasse mais. E prendi meu cabelo, afinal ele estava sujo e eu só iria lavá-lo à noite.

Eu comecei a pensar ainda mais sem Edson, então fiquei com medo, já passava das 9 horas, fazia um bom tempo. Quando bateram 10 horas, pensei que talvez ele não viesse à tarde, mas, no fundo, eu achava que tudo não passava de um sonho bom e que nada daquilo tinha acontecido. Mas não me deixei abalar demais, eu sempre soube que a realidade gostava de ser cruel, e esta era a prova. Me lembrei de um sonho que tive com Edson, onde me casava com ele, isso me deixou preocupada, mostrava que eu estava completamente e perdidamente apaixonada por ele. Isso era ruim. Estava focada nesses pensamentos, onde a luz perdia seu brilho, quando ouvi a campainha. Fui atender, mas sem esperanças e sem expectativas.

Abri a porta e o vi, então eu devo ter dito alguma coisa e ele respondeu. Foi então que eu senti que estava tudo voltando ao normal, o dia anterior tinha realmente sido real, nada daquilo foi invenção da minha cabeça, exceto o casamento. Eu pensei:

— Por um instante, achei que ontem havia sido um sonho — mas parecia que eu tinha falado. Só que, como ele não disse nada, imaginei que tivesse sido coisa da minha cabeça. Foi então que ele perguntou se ele podia entrar e eu voltei ao normal, permitindo-o entrar.

— Quer um chá? — perguntei. Como raramente, nunca, recebemos visita em casa, me lembrei de um livro que eu li onde eles serviam para as visitas chá ou suco com alguns tipos de bolacha e biscoito. Eu não achava que tinha muitos tipos de bolachas e biscoitos em casa, mas tinha alguma coisa.

— Não precisa, eu acabei de tomar café da manhã.

Fiquei aliviada.

— Eu também acabei de tomar.

— Seu pai está bem?

— Está, eu acho que ele acordou há alguns minutos atrás, pouco antes de você tocar a campainha.

— Entendi.

— Ele não vai poder ir trabalhar por mais alguns dias devido ao atestado, e eu peguei férias do trabalho.

— Quanto tempo você tem de férias?

— Só pelo tempo que é o feriado, peguei antes que expirasse, descobri que eu não pegava férias fazia um bom tempo. Mas também não queria pegar todas de uma vez.

— Você vai se formar do último ano do ensino médio, não é?

— Isso mesmo, então poderei finalmente entrar na faculdade. Estou pensando em trocar de emprego quando entrar na faculdade. Ainda nem sei qual faculdade fazer.