— Emmye —Foi emocionante quando o trem começou a andar, eu estava tão empolgada, fiquei olhando pela janela, peguei meu comunicador e comecei a filmar para mostrar para o meu pai. E Ed me chamou para tirar umas fotos, foi o que fizemos. Era uma visão inacreditável, parecia que eu estava realmente sonhando, mas acho que eu não teria a capacidade de inventar tudo isso.
Olhei para Ed, que sorria na minha direção.
— O que foi? — eu perguntei.
— Só estou feliz que estamos indo.
— Eu também estou.
Fiquei pensando um pouco e resolvi perguntar.
— Ed.
— Oi?
— Qualquer um pode subir no elevador?
— Ah, não... acho que você não viu, quando eu fui chamar o elevador, tinha um lugar para passar o código do bilhete. Para nós dois entrarmos, eu passei um e depois o outro, não sei se você percebeu, mas só tinha cadeiras para três pessoas subirem quando estávamos no elevador.
— Era muita coisa acontecendo, acho que me perdi na quantia.
— Acontece, mas fiquei feliz de que eu fui a primeira pessoa a te levar nesse tipo de viagem.
— E eu fiquei aliviada de estar com alguém experiente como você. Se eu tivesse ido sozinha ou com alguém, como eu, teria que ter chegado horas de antecedência, eu nem sei onde levar a mala.
— Ah, isso eu mandei alguém levar, fica lá embaixo, eles fazem também o check-in se não fez pelo comunicador antes, óbvio que eu fiz pelo comunicador. Aí você despeja a mala e eles enviam para cima, vai direto para o trem, ah, o elevador tem uma espécie de escâner, ele confere se você não tem nada nocivo no corpo, e se tiver, ele apita e o elevador desce de novo, é antes de começar a subida forte. Eles escaneiam a mala também, mas só para conferir se não tem nada vivo ou tráficos, sabe como é, tem planeta que não toma jeito. Já até pensaram em tirar eles das interligações, mas aí lembramos que nem todo mundo é igual, não podemos punir um planeta inteiro por isso. Mas essa conversa ainda está em análise, eles já causaram muitos problemas.
— Que interessante, no caso de tráfico, o escâner pode pegar no corpo também, não pode?
— Pode sim.
Ele tocou duas vezes na mesa à nossa frente e apareceu um cardápio.
— Não vou ficar horas aqui sem comer alguma coisa — ele disse, pegando algumas coisas.
— Mas, já não vamos almoçar aqui?
— Vamos, mas ainda é cedo, vamos ficar com fome de novo, o que você quer, pode escolher qualquer coisa.
— Mas isso não tem que pagar a parte.
— Está tudo pago.
Isso eu tinha minhas dúvidas, mas ele disse que era pago e não incluso, acabei por escolher um brownie e um chocolate quente. Ele escolheu um misto quente e um cappuccino. A comida chegou sem demora e ficamos ali aproveitando a presença um do outro. Depois de um tempo, eu acabei me deitando no ombro dele, mesmo tendo espaço, já que ele quis sentar-se do meu lado. E ele ficava mexendo na tecnologia da mesa, depois fui ver e ele começou a ler algo, depois entrou nas redes sociais.
— O que tem de bom aí? — eu perguntei.
— Na verdade, nada, mas meus amigos estão enchendo o saco querendo saber onde eu estou, até porque eu não contei para ninguém — ele deu uma risada nervosa.
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Mil Estrelas de Distância
Romance"- Eu viajarei mil estrelas de distância por você e eu viajarei mais mil estrelas de distância só para não te perder." A distância não é o empecilho, as pessoas são. Emmye, uma estudante do ensino médio que trabalha em uma lanchonete, vive no vibran...