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D1…

Encaro a mina na minha frente rebolando, tinha um papo maneiro, mas era muito forçada. Tava aqui na resenha do pequeno, o chefe tinha ido embora com uma mina aí que nem reparei, mandou eu os caras que estavam de plantão desde ontem ficar aqui na resenha pra curtir.

Tava mó casando, mas queria garantir minha foda hoje.

Tiro o cigarro da boca soprando para cima, encaro uma muvuca na porta, fico até sem entender, mas entendo quando a pessoa passa.

Filipe… um moleque da hora pow, não fala muito comigo, porém só observo a proceder dele de longe. Todo posturado com a cara fechada, se eu não conhecesse de longe, eu ia falar que o cara é do movimento pelo jeito de ser.

To ligado na dele, o bicho já pegou duas primas minha, só observo ele me encarando de longe as vezes. Tô até começando a achar que ele é viado e tá querendo da um papo em mim, não sei se a doida lá que ele namora ou seila oque falou a verdade ontem, então ele pega homem também, fico até longe.

Sem preconceito nenhum, tenho um tio e primo que curte isso, meu tio é casado com outro homem e tudo, então fico de boa sem preconceito.

Vejo ele se aproximando todo arrumado, com uma bermuda jeans preta, camisa e chapéu branco, kenner no pé, com uma correntinha no pescoço. Ele chega na minha mesa falando com os caras tudinho, o cara não é do movimento mas conhece vários que é. 

Porco: ihhh a tua mulher deixou tu sair foi? Ela passou toda estressada hoje de tarde, falando que ia te pegar no pau se tu tivesse com alguma menina. –Gasta o Filipe que só faz careta passando a mão na nuca.

Filipe: que minha mulher o'que, tenho mulher não. –Senta do lado do metralha que passa os braços no ombro dele.

Filipe: Tô bem solteiro, só esperando uma pessoa que eu quero, percebe que eu quero ela. –Fala olhando pra mim, mas desviou quando o metralha falou no ouvido dele.

Ihh, gostei desse papo não, ainda mais olhando pra mim, esse bicho que dá um papo em mim, papo reto.

Lec: e quem é a mina? Fala aí pá nois pra meter um corte americano, tá demorando demais pra perceber. –Fala fazendo todos da mesa rir.

Filipe: uma pessoa aí, sigilo. –Coloca o dedo nos lábios.

Pepo: sigilo mesmo, comeu minha irmã e eu só vim saber hoje de manhã escutando ela falar com a amiga. –Aponta o dedo pra ele.– só não meto um tiro na tua cara, pq eu te considero pra caralho.

Jumbo: eu tu não deixa né porra, quero um Negócio sério com ela e tu não deixa. –Diz bolado fazendo o pepo da dedo pra ele.

Metralha: vou lá pessoal. D1, meu plantão vai ser de tarde né? –Balanço a cabeça concordando.–jaé então, bora Filipe. –O Filipe levanta passando o braço no pescoço do metralha, levanto a sobrancelha encarando eles.

Pequeno: já vai Filipe? Tu nem demorou muito. –Levanta dando um tapinha na nuca do Filipe.

Filipe: vou pow, tenho um negócio pra fazer aí. 

Pequeno: jaé então, mas o d1, tu não queria que alguém olhasse tua moto? Olha o Filipe aí.

‐ é mesmo, faz esse favor aí mano, só dá uma olhadinha na minha moto,quando eu ligo aquela porra desliga. –Levanto colocando o copo na mesa.

Filipe: vamos lá então mano. -Ele sai colocando o chapéu pra trás, sigo ele dando uma olhada nas costas dele, ombros largos, alto.

Saímos da casa e fomos até a minha moto que tava perto da esquina, já que lá ela deu pau lá.

Filipe se aproxima da moto olhando ela, dou a chave a ele que pega colocando na ignição, ele tenta ligar a moto porém ela morre, tenta de novo porém morre de novo.

Filipe: você já trocou a bateria da moto? 

‐ já sim, faz nem dois meses. ‐Ele tenta de novo e a moto morre.

Filipe: pow, a bateria não tá pegando não. –Coça o rosto tirando a chave da ignição.– tem que trocar a bateria de novo, tá ligado? Ela tá descarregada.

‐ sério? Mas que porra em, vou levar naquele pau no cu do Rogério não. 

Filipe: pow, manda alguém levar a onde eu trabalho. Olho rapidão pra você, aí eu aproveito e olho se sem algo pra mexer também, tem que trocar os pneus pow. –Se agacha olhando o pneu da frente.– tá todo careca, uma olhadinha nas correntes também.

‐ resumindo, tudo. Rogério fez porra nenhuma então. ‐Suspiro ajeitando o fuzil nas costas.‐ amanhã eu peço pra algum menor levar na oficina que tu trabalha.

Filipe: beleza então, vou piar já, falou aí. -Ele levanta fazendo toque comigo e começa andar.-

‐ Filipe… ‐chamo ele que para e vira me encarando.‐ pow, quero bater um papo com tu depois, tirar uma curiosidade aí, tá ligado?

Filipe: Claro, fala um dia aí. -Diz cruzando os braços.-

‐ amanhã, depois do baile se tu brotar. -Vejo ele semicerrando os olhos porém balança a cabeça concordando.-

Filipe: beleza então, fui. ‐Ele vira ajeitando o chapéu, observo ele falando com o metralha que me encara e balança a cabeça pro Filipe.‐

Me encosto na moto e pego meu celular, ligo pro tavinho mandando ele trazer meu carro, desligo e guardo o celular no bolso de volta.

Fico pensando no que eu tinha feito, pq porra eu falei que queria conversar com ele? Deu o doido em mim agora foi? Mas se pá, tô curioso se ele pega homem…

O fruto proibido Onde histórias criam vida. Descubra agora