O fruto proibido

31

Filipe

O outro tava me abusando pra porra, já ligou, mandou mensagem  e eu querendo dormir.

Esse acha que tá na Disney abusando desse jeito, escuto pela quinta vez meu celular tocando, atendi no puro ódio.

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– que é porra? Tá achando que é cedo pau no cu? -Falo alto e ele fica calado.-

D1: calma paixão, tá estressado? -Bufo virando pra parede.- abre aqui, tô na sua porta.
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Ele desliga na minha cara e logo escuto umas batidas fortes na porta, levanto rápido e saio do quarto na escuridão da sala, abro a porta e olho pra ele que tinha um baseado na mão e a camisa no ombro.

– porra, tá achando que é cedo? Tenho que levantar cedo pra ir trabalhar amanhã! -Falei grosso e ele só deu de ombros, passo a mão no rosto respirando fundo.- você quer o que?

D1: nada, vai me deixar aqui? -Dou espaço e ele entra jogando o baseado no chão da rua, fecho a porta e ele vai entrando no meu quarto como se estivesse em casa.-

– a pessoa dá o braço e ele quer a perna. -Resmungo entrando no quarto e fecho com chave.- a pessoa dá o braço e você quer a perna né?

D1: se for outras pessoas eu quero, mas se for tu, quero seu corpinho todo. -Falou deitado na minha cama, sem camisa e todo aberto.-

Nego deitando a minha cama de volta, ajeito meu travesseiro ficando de barriga pra cama e fecho os olhos.

D1: vai dormir? -Abro os olhos com a pergunta idiota dele.- foi mal.

– cala a boca então. -Fecho de volta e logo ele volta a falar.-

D1: grosso pra caralho véi, desse jeito vou arrumar outra pessoa. -Abro os olhos irritado Ficando de barriga pra cima.-

– tá esperando o que? Vai lá, tá cheio por aqui, ninguém tá te segurando. -Ele ficou de lado e fez uma careta.- o que? Achou que eu ia falar Mansinho?

D1: não, se você ficasse Mansinho é pq tinha feito algo de errado e só ia tentar tapear. -Abraçou meu corpo jogando a perna por cima da minha.- tá cheirosinho.

– diferentes de você que só cheira a maconha. -Fechei os olhos sentindo ele cheirando o meu pescoço.- vai, pq você veio?

D1: nada, só queria seu corpo. -Deu de ombros beijando meu pescoço, chuto a perna dele que começou a rir.- tô brincando, tá bem estressado em.

– só veio pra estressar o cara! -Coloco o braço em cima do meu rosto.- para de me cheirar cachorro.

D1: au,au. tava bem nervoso mais cedo em, deixou o metralha até sem jeito. -Falou do nada.- qual foi? Não vai deixar a minha sogra namorar não?

– pow, ela namora com quem quiser, só não gostei daquele papo, você ia gostar de um parceiro seu que você conhece desde pivete paquerando sua mãe? -Ele nega.- então, minha mãe fica com quem quiser, mas um colega meu pegar e ficar de marcação com a minha mãe, aí o negócio vai ser outro.

– isso é feio pra caralho, metade dos manos que ela conhece são tudo parceiro desde que eu era pivete ta ligado? Aí vai chegar um meno dando em cima da minha mãe, não vou gostar. Se ele tá na intenção agora, quer dizer que quando era mais novo ele já tinha intenção e tava nas curvas só observando.

D1: e se a sua mãe também gostar dele? -Fico calado pensando.-

– aí não vou entender legal, tanto ela tanto ele vai ser safado pq tava na intenção bem antes. -Ele fica calado mexendo o pé.- mas eu não tenho nenhum que ficou de marcar minha mãe.

D1: sei… mas se a tua mãe querer um bagulho com algum cara mais novo? E tu conhece de cor.

– porra, ela tá pegando algum menor e tu sabe?-Tirei o braço do rosto, afasto minha cabeça pra olhar no rosto dele - em d1? Tá sabendo de algo que eu não sei?

D1: não, só tô perguntando pow. -Bateu no meu peito abraçando mais o meu corpo.- e é Diego, mas se quiser pode chamar de amor.

– porra de amor, venha com suas palhaçadas essas horas. Fica quieto aí, tenho vida ganha igual a sua não.

D1: a minha é tão ganha que eu posso morrer amanhã.

– sim,sim. Fica quieto, Diego.

Fecho os olhos sentindo o sono me consumir por completo, parece que só foi eu fechar os olhos que meu alarme começou a tocar dando o horário pra eu levantar.

Levanto tirando o corpo do d1 que tava completamente jogando em cima de mim, vou pro banheiro e tomo um banho rápido escutando as panelas na cozinha batendo.

Saio do banheiro e olho rápido a silhueta da minha mãe fazendo café, chego por trás dando uma abraço nela que se assusta.

– tá assustada mulher?

Fátima: você parece uma assombra andando essas horas. -Dou uma risada colocando um pouco de café na xícara.- d1 tá aí?

– como sabe? -Assoprei a xícara dando um gole.-

Fátima : A moto dele tá aí na porta. -Balancei dando o último gole.- pq não dá uma chance pra ele? Tá na cara que ele gosta de você, mesmo não reconhecendo isso. Quem iria vir altas horas e dormir não gostando?

– não sei mãe, vou ver até isso vai dar. -Coloco a xícara na pia.- joga a chave pela janela, ele não vai acordar essas horas.

Fátima: claro, já vou sair, você faz isso então. -Balanço a cabeça e vou pro meu quarto.-

Fecho a porta do quarto vendo ele do mesmo jeito, Começo a colocar as roupas da oficina, foi perrengue pq não liguei a luz. Sento na cama colocando a bota e pego o celular na cama colocando no bolso.

Abro a porta do guarda-roupa colocando desodorante e perfume, começo a procurar meu carregador derrubando algumas coisas dentro do guarda-roupa.

D1: liga a luz. -Falou Baixo com a voz grossa, tomo um susto derrubando meu perfume no chão com tudo.-

– lá se vai meu malbec magnetic. -Choraminguei pegando ele que ficou  intacto.- graças a Deus!

Coloco ele no lugar e pego meu carregador colocando dentro da bolsa, viro pra cama e olho pro d1 que me encarava.

– que foi? -Ele me chamou com o dedo e eu me aproximo sentando na cama.-

D1: vai trabalhar? -Balanço a cabeça e ele pega o celular.-

– pode ficar aí, só vai ficar você aqui mesmo. -Ele balança a cabeça desligando o celular. - quando for, deixa a chave com a vizinha daqui do lado,a minha mãe chega primeiro que eu.

D1: tá, eu deixo. -Levantei ajeitando a bolsa nas costa.- cadê meu beijo, em?

– oxi, tá querendo muito. -Ele faz bico, bufo pegando no maxilar dele dando um selinho demorado.- tchau.

D1: tchau esposa, trabalhe muito pra me sustentar se eu for preso.

– esposa é um caralho! -Resmunguei saindo de casa.-