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‐ não! -Digo por fim parando de mexer no motor do carro.-

Juliano: qual foi, pensei que ia aceitar. -Nego limpando a mão no pano.- José não vai pq é casado, então só tem tu.

‐ sou casado, tenho três filhos, dois cachorros, infelizmente eu não poderei ir, já que minha esposa não deixa. -Ela faz uma cara de cu e vira, solto uma gargalhada alta pegando o meu celular, o tempo passou voando, ajeitei a moto do d1 e tudo mais, tive até que vir de ônibus pq eu mesmo vou levar a moto dele de volta.-

Solto um suspiro indo pra sala onde fica as nossas bolsas, pego a minha mochila junto da chave da moto do d1, saio dando tchau pros caras que ia embora também, monto na moto dele chegando se tava de boa e a moto tava no grau.

Vou diretamente pro morro, especificamente para boca de fumo onde ele estaria com o louro, a buzino quando chego perto vendo logo o bode em pé com um fuzil.

‐ faz um favor aí, entra a chave da moto do d1 pra ele, avisa a ele que a moto ficou no grau. -Desço da moto entregando a chave a ele que pega colocando no bolso.- falou aí.

Ele fez joinha logo ficando na postura, tiro a parte de cima do uniforme colocando no ombro, começo a andar pelas vielas que às vezes tava meio escuro, vou cantando a música do ret na cabeça enquanto vou olhando pras escadas na minha frente.

Continuou andando até que escuto sons de tapas, fico logo com neurose e entro no bequinho que tava os sons que estava abafado e logo escuto " para pfv".

Travo o maxilar sem saber o que fazer, se era algum traficante batendo na mulher e eu interromper vai sobrar pro meu lado e eu vou me fuder.

Passo a mão na cabeça suspirando fundo e me aproximo pelo beco mal iluminado, a cada passo que eu dava, fui reconhecendo a voz implorando para parar, parei bruscamente quando eu vejo a cena.

Um cara metendo a pica podre na layane enquanto ela pedia pra parar, ele batia na cara dela mandando ela calar a boca, sinto o ódio subir no meu corpo, me aproximo puxando a camisa do desgraçado com tudo pra cima, dou um murro na cara dele que cambaleou para trás com a porra do pau pra fora, olho pra layane que sentou no chão chorando, sangue descia pelo nariz e testa da menina enquanto ela colocava a mão no pé da barriga gemendo de dor.

Voo pra cima do homem metendo sequência de socos e chutes pelo corpo dele, tô nem aí se ele morrer, menos um filha da puta mó mundo. Me agachei pegando no pescoço dele metendo um retão bem no nariz dele que fez um som que quebrou, escuto a layane pedindo pra eu parar mas eu continuo a bater no verme na minha frente, um seboso, nojento, estrupador filho da puta!

Sinto a layane abraçando a minha cintura e mandando eu parar, mas eu continuo, o cretino na minha frente tava fechando os olhos ao pouco,pagando logo em seguida quando eu levanto e chuto a cara dele.

Layane: para, pfv, vamos sair daqui. -Falou chorando logo se agachando no chão sentindo dor.- minha barriga tá doendo, tá doendo lipe!

Pego ela no colo e direciono o meu olhar pro meio das pernas dela que saia sangue, fico apavorado correndo com ela no meus braços, corro o mais rápido pra minha casa enquanto ela chorava de dor e o sangue não parava de sair.

Abro a porta da minha casa com tudo vendo a minha mão no sofá, mas levanta quando ver a nossa situação.

Fátima: o que houve? -Pergunto nervosa, coloco ela no sofá jogando a minha mochila no chão e começo a procurar a chave da minha moto.- meu deus, esse saindo nesse lugar…você tava grávida?! -Parei bruscamente no lugar com a respiração ofegante, layane nega com a cabeça chorando de dor.-

Pego a chave da minha moto e logo a layane, não tenho outro transporte então tem que ser de moto mesmo, coloco ela em cima da moto e subo logo em seguida, coloco os braços delas ao redor da minha cintura, ligo a moto e acelerado segurando os braços dela para não cair.

Chego no posto do morro gritando chamando atenção, sorte que tinha uma médica na hora e levou ela pra sala para ser examinada.

Falei o que tinha acontecido e a médica olhou com receio pra layane, ela pegou um bagulho que eu nem sei que porra era colocando em cima da barriga da layane que gemia de dor, a doutora me olhou preocupada chamando outras enfermeira pra levar a layane pra ser examinada com mais delicadeza.

Doutora: desculpa em lhe dizer, mas ela teve um aborto espontâneo. -Abro a boca em supresso pela notícia.- o medo, o estrupo, e a agressão fez que ela tivesse um aborto espontâneo, provavelmente tava de 1 mês, sinto muito pela sua perda.

Fico paralisado sentindo o tempo parar, a doutora me encarava com pena e eu senti meus olhos arder, só de imaginar que ela perdeu um bebê, um pedacinho dela fez meu estômago embrulhar de raiva.

Doutora: vou levar você até a sala que ela está, me siga, pfv. -Levanto limpando os olhos, sigo a doutora até uma sala onde a layana tava deitada com a cara inchada, me aproximo dela que me olha e começa a chorar de novo.- deixarei vocês a sós.

Ela saiu e eu me aproximei dela dando um aperto forte, ela chorava baixo se lamentando.

Layane: Eu perdi um bebê lipe, um bebê que eu nem sabia que existia… -limpei a lágrima que saia dos olhos dela, beijo a testa dela passando a mão nas costas dela que se tremia.- ele nem teve o tempo de se formar tão bem assim…

‐ eu quero te perguntar um negócio, esse bebê…era do louro? -Ela ficou calada mas logo balançou a cabeça.- você tem certeza absoluta?

Layane: sim, eu não fico com ninguém desde a última vez que ele foi lá na minha casa quase arrombado falando que não era pra eu ficar com ninguém se não ele matava a pessoa. -Faço careta por não saber isso, me afasto dela pegando o celular.- 

‐ a quanto tempo vocês estão saindo?- Ele faz dois, e eu suponho que seja dois meses pela conta do tempo que o bebê tava na barriga dela, coloco no contato do metralha que logo atende.- 

Beijo a testa dela e vou pra janela olhando pra fora vendo tudo escuro e só as luzes de alguns postes ou casas.

O fruto proibido Onde histórias criam vida. Descubra agora