Entro no quarto de Trevor e Gabriel. Está na hora de dormir, eu acho.
Saí pela entrada no quarto de Cara.
Isabela disse que eu poderia dormir no quarto dela, mas pelos gemidos que ouvi dela e de Nick, poderia estar acontecendo mais loucuras naquele quarto. Por isso desci pela passagem no quarto de Cara, porquê, eu com certeza não iria querer ver algo a mais.
Entrei no quarto deles. Seria tarde agora. Não sei.
Mas muita gente já dormia.
O quarto de Trevor é grande, como todos os outros cômodos da casa.
Tinha duas camas. Uma de casal e a outra de solteiro (parece até que foi planejado, mas Cara disse que sempre tinha essa cama naquele quarto).
Trevor e Gabriel ocupam a cama de casal. Trevor com a cabeça sobre o peito de Gabriel. Uma cena linda e meiga de casal.
Bato levemente na porta aberta, para acorda-los, mas apenas Trevor abre os olhos.
Ele me olha, meio preguiçoso, mas sorri.
Sorrio de volta.
- Posso dormir aqui? - pergunto.
- Não precisava nem perguntar né, Holtizinho - ele diz.
Sorrio.
- Faz tempo que você não me chama assim - digo.
- Só te chamei assim em apenas duas vezes - Ele diz, e lembro que foi verdade. Talvez seja por que minha cabeça está confusa, mas, primeira vez que ele me chamou assim eu gostei.
Tiro o casaco e me embrulho com o edredom na cama de solteiro.
- Como você está? - ele diz baixo, bem calmo.
Eu olho para ele. Nós dois deitados na cama, olhando um para o outro.
- Como acha que estou, Trevor? - pergunto calmamente.
- Você está passando por muita coisa, Holt. Muita coisa para um adolescente passar - ele diz. Nossas camas são ao lado uma da outra, então é fácil de ouvir o que o outro fala.
- Foi traição - digo.
- Foi injusto - ele fala.
Paro, e olho para ele.
- Nossas vidas jamais voltaram a ser normais, Trevor. Mesmo se quiséssemos - digo.
- Há sempre uma esperança, Holt, e não vamos perde-la - ele diz.
- A falta das coisas bateu agora, Trevor. Nos distanciamos de tudo. Sinto falta de tudo - digo.
- Sinto falta da nossa amizade, Holt. Dos nossos tempos - ele sorri.
- Lembra daquela vez que ficamos pulando os muros da casa dos vizinhos do condomínio de baixo da sua casa? - pergunto.
- Lembra da vez que fizemos a maratona de tomate do labirinto de milho? E ficamos todo lambuzados? - ele pergunta.
- Lembra naquele dia que você foi dormir lá em casa, e minha mãe lavou todas as cobertas e sacos de dormir, e fez um frio tremendo depois e fomos obrigados a dormir na mesma cama, com uma mesma coberta? - pergunto sorrindo.
- Como podia esquecer? Você me chutava o tempo todo - ele sorri.
Sorrio. Nós sorrimos.
E paro depois de um tempo.
- Como está o braço? - ele pergunta.
- Isabela fez um curativo e o enfaixou. Tomei um remédio para dor - digo.
- Santa Isabela - ele diz.
Nesse momento Gabriel se mexe, colocando o braço para a frente de Trevor.
- Ele gosta de se mexer - Trevor diz.
- Estou vendo - digo.
- Sabe, quando ajudamos você a ficar com Hadria, não pensamos que ela faria isso... Não queríamos...
- Trevor, tudo bem. Sei que vocês não tiveram culpa de Hadria ser uma vadiab- digo.
- Mesmo assim, ajudamos para isso acontecer - ele diz.
- Para com isso Trevor. Não tem culpa - digo.
- Espero que seu sofrimento acabe, amigo. E que um dia a gente possa voltar a agir como amigos normais. Praticando esportes e blá, blá, blá... - ele diz.
- Vou ficar bem, se eu tiver sempre meu amigo ao meu lado - digo.
- Sempre - ele diz.
Sorrimos. Olhamos um para o outro, e dou graças a Deus, por ter Um amigo como Trevor. Amigo de verdade. E sei que existem pessoas que gostam de mim, como Nick, Gabriel, Isabela, Cara...
Olho para ele.
Nos curvamos para a frente e batemos as mãos.
- RADAR GAY!!! - dizemos sorrindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Luz E Trevas
Teen FictionSegunda temporada de Sombrio. Atenção: Você só entenderá essa obra se ler a antecessora dela: Sombrio. - Você me ama realmente? - Hadria pergunta. - Eu te amo e te amarei para sempre - diz Harry. Com o coração arrasado pela garota que ama, Holt se...