Entre Luz E Trevas

Como Foram Até A Floresta

- Bem, como está agora? - Cara me pergunta, enquanto seco os meus cabelos negros em frente ao espelho.

O seu reflexo me deixa feliz, me faz esquecer um pouco das coisas cuja as quais passamos naquela caverna.

Assim que saimos, nos encaminhamos direto para a Casa de Cara. Estavamos acabados. Me dirigi direto para o banheiro de seu quarto assim que cheguei, depois dela ter se lavado primeiro.

- Melhor, eu acho - digo, vendo como minha pele se livrou da poeira que tinha na caverna.

Ela sorri, um sorriso simples. Ela vem até mim e me dá um selinho.

- Foi corajoso o que você fez. Para salvar a Hadria, quero dizer - Cara diz.

Sorrio meio enviesado.

- Não podia deixar ela morrer - digo.

- E foi uma bela atitude. Você a perdoou. Conseguiu fazer isso. Poderia tê-la deixado morrer, mas não o fez. Foi uma bela atitude - Cara diz, com um curto sorriso.

Me viro para ela e sorrio também.

Ainda bem que eu já havia colocado minhas calças, mas ainda estava sem minha camisa, o que me deixou um pouco constrangido. Eu a beijo, forte e intensamente. Ela coloca a mão sobre meu peito e o outro braço ao redor de meu pescoço.

O beijo acaba. Ela vai até a cama e me joga uma camisa azul bebê, que serve muito bem em mim.

- Não tinha outra cor. Não limpa. Bem, durante muitos e muitos anos, morava apenas , Isabela, Ana e eu aqui então... Não tinhamos roupas masculinas. Só no armário da lavanderia - Cara diz.

- Está ótimo - digo

Me olho no espelho, meio confuso. Aparentemente, claro, Cara percebe.

- O que foi Holt? - Cara pergunta.

- Bem... Cara, como foi que você, Isabela, Ana, Nick e James acabaram aqui? Até agora não consigo entender - digo me sentando na cama. Ela suspira

- Bem, não é tão difícil de entender. Olha, depois de muito tempo, até mesmo depois de Nick cair no feitiço de Taylor e eu e as meninas nos juntarmos, começamos a pesquisar coisas sobre a Taylor. Foi nessas pesquisas que descobrimos que na verdade, Taylor estava possuída por uma fada. Mas, felizmente, achamos uma folha, um papel, em uma mochila que poderia ser... Não sei, mas poderia ser dela.

- Conheceu Taylor? - pergunto.

- Só de vista Holt. Só de vista. Não falavamos com ela para não levantar suspeitas e ficávamos escondidas também. Mas, por alguns dias, ficamos em um lugar em que ela se hospedou, à procura da próxima vítima. E conseguimos um papel, que nos indicava para vir para essa mansão gigante. Quando abrimos a porta, vimos essa floresta, e a porta se fechou, nos trancando aqui dentro e nunca mais saímos. Mas, felizmente, achamos essa casa, e por aqui ficamos. Bem, como você deve saber, Nick e James são amigos e Nick queria muito achar Isabela. Não me impressiona que tenham achado esse lugar enquanto procuravam ela e creio que ao entrarem, ficaram presos também e perderam a memória. Bem, foi assim - Cara diz, terminando de contar a história.

- Espera, assim que entraram, vocês viram essa floresta de cara, sem preâmbulos? - pergunto.

- Sim, por que? - ela pergunta, interessada.

- Bem, porque, ao entrarmos, achamos uma casa horrível e então, ela se transformou da maior droga, para uma coisa esplêndida. Encontramos a floresta só quando abrimos uma porta na cozinha - digo.

- Bem, não se pode subestimar esse local - Cara diz.

- E disse que para sairmos precisariamos achar o...

- Hashick. - Cara completa. - Passamos muito tempo procurando por isso, Holt. Nunca o achamos. E então, simplesmente paramos de procurar. Não existe Holt. Simplismente nao existe. Estaremos aqui por muito, muito tempo e nunca o acharemos - Cara diz.

- Tem razão? - pergunto.

- Não Holt. Não tenho razão. Eu acho que não existe, mas não podemos fazer nada. Se o acharmos, sairemos daqui. Mas nunca sairemos se não o acharmos - Cara diz, com um suspiro.

- Bem, espero que o encontremos - digo.

- Eu também Holt. Seria muito bom.

Ela encosta a cabeça em minhas coxas enquanto penso no hashick. E que... Será que o clarão repentino e bonito que surgiu no espelho de James seria uma pista do paradeiro desse objeto?