Entre Luz E Trevas

Um Beijo Antes Do Pavor

Entro para dentro da parte clara da caverna onde Cara está. Estou abismado com as palavras dela, e mais abismado ainda pelas coisas logo atrás de nós estar em um estado terrivelmente imóvel.

- Como assim apenas eu posso salvar vocês? - pergunto.

- Tem um motivo, Holt. Você é salvação de todos nós. Você é o escolhido final da fada. Você pode ser a salvação de tudo, como também pode ser a perdição - Cara diz.

- Você só me confundiu mais - digo em um suspiro.

- Não irá entender nada agora Holt. Está tudo mais que complicado - ela diz.

- Ok, então me explique como você está aqui e não está apavorada, e como está reagindo às coisas que a caverna joga na gente e como nos encontrou...

- Calma menino. Vou responder, mas calma - ela sorri. - Bem, não consigo entender o lance da caverna, mas você não pode ficar apavorado e creio que só estou aqui por que ela se cansou do próprio jogo, e também por que você pode ser a nossa única chance de sair daqui. Então, acho que a caverna quis isso - Cara diz, tocando um pouco das paredes.

- E mais nada? - pergunto.

- Pelo que eu sei e compreendo, não - ela responde.

- Okay Srt.Delevingne, então por que estamos passando por esse caminho? Na verdade para onde estamos indo? - pergunto.

- Você entenderá mais tarde sobre essas coisas. Compreenderá mais e mais... Você entenderá por que é a salvação, Holt. Existe as respostas. Mas as quais não posso lhe falar nada, pois você tem que descobrir sozinho. Só posso dizer que você não gostará de saber como descobrirá.

- Então estamos andando por aqui para descobrir por que sou a salvação? - pergunto.

- Não, Holt. Você está aqui para ter a única chance de nos salvar e nos tirar daqui. Apenas para isso. E acho que não gostará de algumas das coisas que vai ver, porque a caverna não costuma ser boa - Cara diz.

Continuamos andando pela estrada clara da caverna que parece não ter fim.

- Como sabe da caverna? - pergunto olhando para ela. Seus cabelos parecem fios de Ouro na pouca iluminação.

- Sempre li algo sobre ela. E também, sempre soube o que Isabela fez com Kaya. Sempre tentei achar essa caverna para poder entrar e... Bem, talvez encontrar e salvar Kaya, para que ela não saiba que foi Isabela quem fez isso.

- Tarde demais - digo com um suspiro.

- Pois é - ela diz.

- E como vou fazer a tal salvação que pode ajudar vocês?

- Não sei Holt, mas preciso fazer algo antes de ir, pois não sei se seremos salvos e não posso perder essa oportunidade - ela diz se virando para mim.

- E o que é? - pergunto.

Cara chega mais perto e acaricia meu rosto, colocando o seu para uma distância mais próxima. Me atraindo, ela encosta seus labios nos meus e me beija. Um beijo quente, gostoso, cheio de paixão. Algo que nunca experimentei em outras meninas que beijei. Não resisto a isso. Encosto as mãos no seu rosto, mexendo em seus cabelos lisos.

Ela se afasta de repente. Mas não quero que ela se afaste. Quero que ela continue.

- Faz dois anos que sei de você, Holt. A dois anos que queria fazer isso. Vivi muito tempo uma maldita paixão platônica e fiquei muito furiosa quando Hafria não soube te valorizar - ela diz, acariciando meus cabelos negros.

- Sério? Uau... Você é muito linda, Cara - digo e sei que foi estúpido depois desse momento, mas não consegui pensar em nada.

- Te amo Holt - ela diz e de repente fica séria. - Acho que o que você terá que fazer ja vai chegar.

- Não Cara. Não vai. Eu já perdi tanta coisa e estou tão arrasado. Eu não posso te perder também. Não vou aguentar. Fique comigo. Ao meu lado. Por favor - imploro.

- Desculpa Holt. Mas não sou eu quem decide. Adeus. Espero que consiga fazer o certo - ela diz.

E tão logo que as palavras saem, ela desaparece e o lugar bem claro fica totalmente escuro. Logo, um pouco de claridade aparece. Me encontro dentro de um losango de paredes de vidro. Um losango que é um espelho enorme em cinco paredes.

E não estou sozinho.

Em cada linha do losango, em frente de cada espelho ao meu redor, tem uma pessoa.... Todos os meus amigos e Hadria.

Todos.

Trevor, Gabriel, Isabela, Cara, Kaya, Nick, James, Hadria e Ana. Eles estão de cabeças baixas. Então quando os chamo eles as levantam e olham para mim.

Mas não expressam nada, mas sei que são eles de verdade, e não uma imagem fantasiosa, porquê se eu for a salvação e essa for a única chance a caverna não faria isso. Iria logo acabar com tudo. Eles estão assustados, mas calmos. Bem, agora vai começar o meu trabalho, mesmo eu não sabendo o que é. O que eu terei de fazer para salva-los vai começar. É agora ou nunca.