Capítulo 9

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POV Camila

Eu já tinha tomado banho e escovado o cabelo, mas ainda olhava indecisa para a pilha de roupa espalhada sobre a cama, quando Dina entrou no quarto, bebericando um drink alaranjado.

— Vai sair, amiga? — Ela se deitou sobre a cama e me ofereceu o copo — Vodka com Fanta laranja. 

Tomei um gole na tentativa de relaxar.

— O que acha desse? — Coloquei um vestido mais formal sobre o corpo e Dina fez uma careta.

— Se você for para a igreja, está perfeito. — Ela gargalhou e eu joguei o vestido na cara dela.

— Engraçadinha... — Mostrei a língua — E esse? — Peguei um vestido preto ombro a ombro com comprimento um pouco acima dos joelhos, que valorizava meus seios mesmo que não fossem muito grandes. Dina aprovou a escolha e depois me vestir, ela me ajudou com a maquiagem, destacando meus olhos, que ela dizia terem cor de chocolate derretido.

— Meu Deus, amiga! Se você não parar quieta, eu não vou conseguir passar o delineador — Dina ralhou — Posso saber por que você está tão nervosa? É algum carinha especial?

Ponderei se deveria contar para Dina sobre Lauren. Decidi falar uma meia-verdade até saber o quão confidencial seria nosso envolvimento.

— Hum... É uma mulher. — Eu me levantei e peguei as botas de cano longo — E sim, amiga, ela é especial. — Sorri enquanto fechava o zíper.

— Ual! — Dina sorriu e bateu palmas — Mas, espere aí, não é a Ariana não né? — Ela fez uma careta.

— O que? — Eu a olhei franzindo a sobrancelha — Nada a ver, Dina. A Ari é só uma amiga. Não sei por que você insiste que ela quer algo a mais.

— Porque ela quer, Mila. Só você que não vê. — Ela finalizou o drink e saiu para fazer outra dose, depois de me dar um beijo estalado na bochecha.

Eu ajeitei a franja no espelho e olhei no relógio. Faltavam apenas dois minutos para as oito da noite. Peguei a bagagem e desci apressada. Encontrei Norminha enquanto descia as escadas.

— Ual! Que gata, Mila! — Ela me deu um beijo no rosto.

— E essa gata está atrasada. Não vou dormir em casa no final de semana... Então, aproveitem! — Dei uma piscada e Norminha gargalhou.

Às oito em ponto eu estava em frente à república atenta à movimentação dos carros, esperando o Jaguar preto chegar, mas minha atenção se voltou para um outro carro se aproximando devagar. Ele estacionou e o motorista desceu.

— Boa noite — Ele sorriu e abriu a porta de trás para mim — Eu vim em nome da Senhora Jauregui.

Depois de guardar minha bagagem no porta-malas, ele deu partida e seguiu em direção à área nobre da cidade. Depois de pouco mais de dez minutos de viagem e algumas conversas aleatórias sobre o tempo, ele estacionou em frente a um prédio altíssimo, com fachada elegante.

— Sua entrada já está autorizada, senhorita Camila. — Ele me entregou a bagagem.

Eu agradeci e caminhei em direção à entrada do prédio. O porteiro me conduziu até o elevador e acionou o último botão do painel, após digitar uma senha.

Quando as portas do elevador abriram, eu desci em um hall muito elegante, que dava direto dentro do apartamento de Lauren.

Ouvi uma música suave tocando baixinho e caminhei em direção ao som. Assim que passei pelo hall, o layout em conceito aberto permitiu que eu a visse, mexendo em uma panela sobre o fogão.

Cadela - Camren GIPOnde histórias criam vida. Descubra agora