Capítulo 12

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POV Camila

Quando acordei, Lauren estava sentada em uma poltrona perto da cama, me olhando fixamente. Ela tinha os cabelos úmidos e havia trocado de roupa. Cocei os olhos com o dorso da mão e sorri ao vê-la ali e ter a confirmação de que tudo o que vivi foi, de fato, real, apesar de parecer um sonho bom.

— Você está bem? Alguma dor? — Perguntou preocupada assim que percebeu meus olhos abertos em sua direção.

— Estou bem.

Ela me olhava de uma forma diferente, com mais intensidade. Suas orbes claras não desviavam de mim e era difícil, quase impossível, ignorar aquele olhar oscilante. Parecia que um grande véu havia sido retirado e todas as barreiras quebradas. Se antes eu tinha alguma dúvida da minha submissão, agora eu tenho certeza do caminho que decidi percorrer.

— Eu tenho uma regra, Camila. — Suspirou e bebeu um gole do uísque que tinha nas mãos devagar, apreciando a bebida, mas também criando coragem para falar. — Eu nunca beijo as minhas submissas na boca.

Eu me ajeitei na cama e sentei de frente pra ela. Estava um pouco dolorida e fiz uma careta.

— Eu não li essa regra no contrato.

— É uma regra para mim, não está no contrato.

Como se um quebra-cabeça tivesse sido solucionado dentro da minha cabeça, agora fazia sentido a sua resistência em me beijar. A dúvida agora era saber por que ela quebrou a sua própria regra.

— Mas, você me beijou... Por que?

Ela ficou em silêncio, apenas me olhando. Tomou mais um gole do seu uísque e deixou o copo vazio na mesinha lateral. Andou até mim e acariciou o meu rosto, contornando a minha boca com o polegar.

— Você deve estar com fome. O que acha de pedirmos uma pizza?

Ela ignorou a minha pergunta e eu decidi embarcar no seu jogo.

— Pode ser uma salgada e uma doce?

Lauren riu e concordou. Escolhemos os sabores e ela mandou eu tomar banho enquanto esperávamos o jantar.

Fui para meu quarto e antes de entrar no chuveiro, me olhei no espelho. Minha bunda estava vermelha, com alguns vergões saltando. Os punhos e o tornozelos marcados, numa coloração entre roxo e vermelho. Alguns chupões enfeitavam os meus seios, colo e pescoço. Estranhamente eu gostei de ver todas aquelas marcas ali, era uma lembrança do prazer que eu senti, uma lembrança de Lauren, a minha Dona. — Céus, eu tenho uma Dona! — Sorri e mordi os lábios.

Tomei banho e vesti um pijama leve. Desci e escutei Lauren me chamar. Eu segui a sua voz e a vi em um cômodo que eu ainda não conhecia.

Era uma sala pequena, porém aconchegante. Tinha apenas um sofá cheio de almofadas e mantas, uma televisão enorme pendurada na parede e um tapete felpudo que deixava tudo mais acolhedor.

Lauren estava sentada no sofá, com as costas apoiadas em uma almofada e as pernas esticadas, assistindo a um canal de notícias. Caminhei até ela e me ajoelhei. Ela fez um cafuné na minha cabeça e mandou eu me sentar no sofá. Depois de algum tempo, colocou a televisão no mudo e me olhou.

— O que achou da sua primeira sessão? 

— Foi perfeita. — Deitei a cabeça no seu colo e puxei uma de suas mãos para se apoiar sobre o meu peito. Ela estava tensa, com o corpo rígido. Parecia que aquele tipo de carinho era algo fora do seu habitual. — Associar prazer à dor é bem incoerente. Pensando bem, de forma racional, a dor é um aviso para o nosso corpo de que algo vai mal. É o oposto do prazer. Como pôde ser tão bom?!

Cadela - Camren GIPOnde histórias criam vida. Descubra agora