Capítulo 08

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Henrique havia marcado um encontro com o seu chefe numa pequena lanchonete que um dia já fora um dos lugares preferidos.

—— Uma semana! —— Cross bateu em cima da mesa furioso com Henrique que estava sentado na sua frente e o seu acto chamou atenção de algumas pessoas que ali estavam.

Henrique não tinha conseguido nenhuma prova ou tinha visto algo suspeito durante a primeira semana que frequentou o Paradiso e Ezequiel estava fumegando de raiva.


—— Estou me arriscando a minha cabeça para te manter lá dentro e você simplesmente não colabora, assim fica difícil —— Comentou o seu chefe.

Henrique quis gritar com o imbecil do seu chefe, ele estava naquele lugar em uma semana e a segurança é óptima, como esperava que conseguisse encontrar o cofre em uma semana?



—— Não é assim tão fácil, Cross. Eu não consegui ver o Francesco desde que entrei lá e o Lorenzo mantém seguranças na sua casa, mesmo que eu entre, não será fácil agir sem levantar suspeitas —— Retrucou firme.



—— Quero resultados, não pretextos, percebeu? —— O homem disse com a testa franzida e Henrique odiava não poder dizer o que queria por medo de perder o emprego ou a promoção que queria.


—— Com todo o respeito, Cross, sou eu quem está no campo e conhece os seus desafios então irei trabalhar no ritmo e tempo certo —— Ezequiel encarou o homem incrédulo por tamanha ousadia vinda de Henrique.



—— Se você tivesse sido assim com a Avelina, não seria o homem miserável que é hoje —— Aquelas palavras atingiram profundamente Henrique e Ezequiel sorriu ao notar que havia conseguido cutucar a ferida não cicatrizada do homem.




—— Você não tem o direito de falar dela, Ezequiel —— Disse deixando o dinheiro em cima da mesa e o Cross impediu-lhe segurando o seu braço, Henrique olhou para o local onde homem negro na casa dos cinquenta apertava e depois voltou a sua atenção para os olhos negros.

—— Não me interessa se tiver que abrir as pernas para conseguir, mas eu quero resultados rápidos —— Soltou-se do aperto antes de sair da lanchonete.

—— Ele acabou de saiu, senhor —— Um homem que observava Henrique de longe falou no telefone antes de voltar para o seu carro.

Respirou fundo assim que entrou em contacto com o ar fresco daquele alvorecer da noite onde o céu era tomado pelo amarelo primaveral e as nuvens as cores pairavam indicando que a noite em breve chegaria.


Henrique costumava adorar passear naquela época do dia, tudo parecia mais tranquilo, isso antes de começar a trabalhar como polícia.

As memórias dos seus dias de juventude ainda estavam frescos, era como se fosse ontem o dia que havia conseguido o emprego como agente policial e tudo estava correndo tão bem.


Por um momento se questionou se valia mesmo a pena tudo que estava fazendo, se o sacrifício que estava prestes a fazer valia mesmo a pena.

O ar frio em contacto com a sua pele o fez lembrar da noite que Lorenzo havia o encontrado quase inconsciente, o homem mesmo sendo um bruto se mostrou preocupação consigo ou será que estava fazendo tudo aquilo para que ele cedesse o seu corpo?

Henrique ainda podia sentir o seu corpo quente roçando contra o seu e o hálito quente próximo do seu ouvido. Henrique deu dois tapinhas no seu rosto confuso por estar pensando em Lorenzo.

—— Pára de sonhar acordado!—— Repreendeu-se tocando os lábios carnudos que lembravam da primeira vez que beijou o moreno.

—— Um homem daqueles nunca amaria alguém como você —— Disse após se recompor e entrar no seu carro.


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