Capítulo 16

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Henrique se amaldiçoou internamente por mais uma vez ter passado tamanha vergonha na frente de Lorenzo e agora também a mãe dele sabia dos seus problemas.


Apertou a ponta dos pés descalços quando sentiu o olhar firme da mulher negra que sorria levemente para ele e bateu no ombro do seu filho quando notou o nervosismo nele.

Lorenzo sentou ao lado de Henrique no sofá da sala e envolveu a sua cintura, deixou um beijo na sua bochecha.

—— Lorenzo! —— Murmurou envergonhado com o acto do moreno fazendo a mulher rir levemente diante a cena.

—— mamma, esse é o Henrique, a pessoa que te falei —— Anaya estendeu os braços para abraçar o homem negro, Lorenzo assentiu quando o maior olhou para ele e recebeu o abraço da mulher.

A mulher apertou as bochechas do mais velho quando se separaram do abraço e beijou cada lado do seu rosto, então aquilo era o carinho de uma mãe?

—— Tem certeza que não deu nenhuma poção de amor para conseguir que um homem lindos desses se apaixonasse por ti? —— Brincou fazendo o seu filho revirar os olhos mas o sorriso que brotou dos lábios de Henrique valeu a pena.


—— Pára, não sou tudo isso, senhora Anaya —— Disse baixando o olhar mas a mulher negra balançou a cabeça.


—— Anaya é o meu nome e sim, você é mas vamos falar depois, deve estar faminto e eu aqui falando sem parar —— Disse levantando. Henrique voltou a sentar na cadeira em silêncio e o mais novo somente voltou a abraça-lo.


Lorenzo preferiu não falar sobre o assunto antes de Henrique tomar a medicação e comer um pouco, era uma questão delicada e respeitaria o tempo do outro.

—— Vou buscar o almoço para você, e não come tudo, Enzo, esse menino tem o apetite maior que o próprio estômago —— O moreno sussurrou um obrigado e Anaya trouxe um prato recheado para Henrique.




—— Abre a boca —— Disse entregando o comprimido para Henrique que recebeu sem luta. Anaya gostou de ver o cuidado que o seu filho demonstrava com o homem negro.


Henrique comeu o máximo que conseguiu e depois deixou um pouco no prato, abraçou os seus joelhos quando a mulher tirou os pratos e saiu da sala deixando o casal a sós.




—— Ela gostou de você —— Comentou sentando ao lado do outro numa distância segura mas Henrique aproximou-se do moreno e encostou a sua cabeça no ombro largo de Lorenzo.



—— Você acha? —— Perguntou se aninhando no calor de Lorenzo que se deitou no sofá e o mais velho deitou no seu peito. Lorenzo apertou o mais velho nos braços, aquilo era tão bom.


—— Tenho a certeza —— Respondeu passando a mão delicadamente pelo cabelo de Henrique, ele queria deixar o polícia mais confortável possível mesmo a mente do mais velho estando cheia de ideias errantes.


Ele precisava sair dali o mais rápido possível, se apaixonar por Lorenzo era uma coisa mas ele apresentar a sua própria mãe para ele significava muito.


—— Você ficaria comigo mesmo sem sexo? —— Questionou surpreendendo o moreno. Henrique já havia tentado namorar antes mas tudo terminou em fracasso assim que conseguia sexo ou pela repulsa que mostravam ao ver o seu corpo ou por ser tão inseguro e não ter coragem de mostrar a sua nudez a um homem.




—— Um relacionamento é muito mais que sexo, Henrique e é claro que ficaria —— Respondeu deixando um selinho nos lábios carnudos. Lorenzo ansiava em ter o mais velho nos seus braços porém não seria tão tolo ao ponto de força-lo a ter relações consigo ou mesmo chantagear pedindo sexo como prova de “amor”.






—— Mesmo eu sendo feio? —— Ergueu o rosto para encontrar os olhos cinzentos que o encaravam com carinho.


—— Tu não és nem um pouco feio e quem pensa assim precisa limpar bem os olhos —— Disse num tom brincalhão para tentar descontrair e Henrique voltou a deitar a cabeça no peito de Lorenzo.



—— O médico mandou ficar de repouso, comer bastante e absolutamente nada de academia por um tempo —— Informou arrancando um suspiro longo do mais velho, porém não disse nada.




—— Quer ficar aqui ou na sua casa? —— Lorenzo perguntou torcendo para que Henrique ficasse na casa dele. O polícia achou aquele oportunidade perfeita para conseguir encontrar o que vinha procurar naquela casa.


Havia procurado no quarto do moreno mas não encontrou nada suspeito e ficar no Paradiso era a última coisa que queria no momento principalmente depois de socar aquele filho da puta do Guiseppe.



—— Eu fico —— Lorenzo quase pulou de alegria quando escutou a resposta de Henrique, o coitado não fazia ideia de que estava sendo usado e Henrique sentiu um pouco de remorso mas aquilo era por um bem maior, não era?



Por causa da medicação não demorou muito para o polícia cair no sono e Lorenzo o seguiu porém o manteve no seu peito.

Anaya sentiu um calor espalhando pelo seu peito ao contemplar a cena adorável do seu filho abraçando o mais velho nos braços como se o protegesse e o conforto era visível na feição tranquila de Henrique.


Lorenzo assustou-se quando sentiu algo quente e macio cobrindo os seus pés nus mas relaxou assim que viu a sua mãe e voltou a fechar os olhos.




Enquanto isso, Lombardi lia cuidadosamente a ficha de Henrique, a cada palavra lida maior o seu sorriso. O loiro mostrara interesse no polícia desde o encontro no Paradiso e saber que Lorenzo estava se envolvendo com ele apenas aumentou o seu interesse, ele sentia prazer ao tirar as coisas do seu rival de negócios.




—— Um pervertido sempre será um pervertido —— Comentou a voz feminina e o Guiseppe ignorou-a apertando o seu membro duro dentro das calças.


—— Você faz ideia de quanto tempo eu venho procurando um submisso que ousasse me desafiar? —— Serviu um shot de Black Label que tomou num único gole, o líquido desceu queimando pela sua garganta.




—— As vezes esqueço o quão sádico você é, Gui. Porque esse interesse repentino? —— Falou se levantando, o som do salto alto batendo contra o chão ressoou pelo escritório do Lombardi.

Levou a foto onde Henrique saía do restaurante acompanhado de Lorenzo, ele esperou tanto tempo por aquele momento, onde Lorenzo criava a própria fraqueza e ainda mais por agente policial.




—— Eu faço qualquer coisa que afete o Rossi mesmo que seja necessário envolver aqueles que ele mais ama, minha cara irmã —— Retrucou rancoroso.



—— Eu não deixo ninguém me bater e sair ileso e tem mais, nunca comi um polícia, tenho a certeza que será uma experiência única —— Falou apertando a foto onde Henrique beijava Lorenzo, admitir que sentia inveja não faria mas amassou a foto.



—— Posso ser da polícia e ter contactos mas não posso limpar toda a sujeira que você faz por isso tenha cuidado no o que vai fazer —— Respondeu dando as costas para o homem tatuado.



—— Eu sei que posso sempre contar com você, Christine —— A mulher loiro mostrou o dedo do meio antes de sair do escritório de Guiseppe que continuou criando milhares de fantasias do que faria com Henrique assim que o tivesse nas suas mãos mas vivo ele não saía, em nenhuma delas.

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