Capítulo 10

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—— É sério isso? —— Henrique perguntou saindo do carro quando chegaram ao seu destino e o moreno apenas o ignorou, pousou a mão nas costas o guiando para dentro do restaurante.

—— Não gostou? —— Lorenzo perguntou na maior tranquilidade, como se não fosse a primeira vez que levava Henrique para jantar.



—— Se eu disser que não, posso ir para casa? —— Retrucou cruzando os braços. Henrique não se dava muito bem em restaurantes luxuosos como aquele e certamente teria uma experiência desagradável como das últimas vezes por isso não queria entrar.



—— Não —— Respondeu seco e Henrique se viu sem escolha um chofer veio receber a chave do carro de Lorenzo e o moreno ficou esperando por ele.


Revirou os olhos antes de seguir para o restaurante refinado, a ornamentação feita com plantas, luzes brancas e as mesas impecavelmente limpas e organizadas o faziam lembrar daqueles banquetes que ricos faziam.




Lorenzo puxou a cadeira para Henrique que ergueu uma sobrancelha estranhando a atitude educado dele e riu baixinho.

O moreno ficou intrigado com a reacção do homem negro mas não pode deixar de notar o sorriso lindo estampado no seu rosto, era a primeira vez que via aquela expressão e gostou.



—— Posso saber qual é a graça? —— O mais novo dos Rossi perguntou sentando de frente para Henrique.



—— Desde que te conheço tens sido um bruto que xinga tudo e xinga muito —— Disse se recompondo para não atrair atenção dos demais clientes que desfrutavam da sua janta.




—— Ser cavalheiro não combina em nada com você —— Falou sincero olhando para o menu em cima da mesa.

—— Se esse lindo sorriso for a recompensa, não me importo de ser mais cortês —— Henrique sentiu o seu coração batendo mais forte diante do comentário de Lorenzo e para disfarçar levou o menu.

O homem negro esbugalhou os olhos quando se deparou com os preços no cardápio e olhou para Lorenzo com uma expressão de descrença.

—— 500 meticais por um copo de água? Isso é roubo! —— Falou estupefato fazendo o moreno gargalhar. Henrique já esperava que fosse caro pelo ambiente luxuoso e os pratos exóticos e principalmente frutos do mar mas não que fosse tão caro.


O agente policial não era necessariamente rico porém tinha dinheiro suficiente para comer ali porém os preços altos foram demais para ele.


—— Relaxa, eu já paguei por tudo —— Respondeu Lorenzo chamando o garçom que veio atendê-los de imediato.


—— É só dizer o que quer comer e ele vai trazer —— Disse Lorenzo ao homem negro que ficou encarando o garçom que sorria levemente para si.

—— Quero uma lula panada só com a salada, sem arroz nem batata, por favor e para beber só água é o suficiente.—— O moreno ergueu uma sobrancelha diante o pedido de Henrique e levantou a mão quando o rapaz quis ir buscar o pedido.



—— Traga o prato completo. Eu quererei o mesmo de sempre, obrigado —— O homem afastou-se dos dois.


—— Você não é o meu pai, sabe,né? —— Henrique retrucou para Lorenzo que ergueu os olhos cinzentos que continham seriedade.


—— Acho que marido soa melhor —— Respondeu com um sorriso leve quando notou a testa enrugada de Henrique.

Lorenzo simplesmente adorava ver as expressões que Henrique fazia, as vezes era tão fácil lê-lo mas achava divertido provocá-lo também.

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