Henrique gritou e um estrondo alto soou e o homem continuou gritando cobrindo a sua nudez e os brinquedos ainda não usados quando recuperou os sentidos e percebeu que tudo que aconteceu era fruto da sua sua imaginação.
Lorenzo irritado prezou o mais velho na cama e com o rosto vermelho disse firme.
—— Essa sua mania de ficar me dando tapas está acabando com o último resquício da minha paciência —— O homem negro se acalmou porém apertou as pernas desnudas cobertas pelo lençol branco.
—— Porque veio? —— Lorenzo franziu o cenho irado quando viu os brinquedos sexuais que o homem abaixo de si pretendia usar.
—— A Zara me disse que você precisava de ajuda e também me entregou a chave da casa —— Disse olhando fixamente para Henrique que tinha o seu dorso nu.
“Aquela traíra” Pensou novamente tentando empurrar o homem em cima de si mas o moreno tinha outra ideia.
—— Saí de cima de mim —— Exclamou tentando libertar os seus pulsos acima da sua cabeça e Lorenzo levou a mão livre até o grande mamilo escuro e passou a ponta do dedo fazendo Henrique estremecer e arquear as costas.
—— Para que usar essas coisas se você tem a mim? —— Henrique mordeu o lábio inferior tentando conter o gemido preso na garganta.
—— Não é da sua conta! —— Lorenzo riu baixinho antes de voltar o olhar para a virilha do mais velho que apertou mais forte as pernas, dava para ver a lateral das coxas.
—— Se fossemos casados eu te comeria tanto até as suas pernas ficarem bambas, algo que essas merdas nunca fariam —— Comentou apertando o queixo do homem abaixo de si que relaxou diante o toque.
—— Vista-se e faça questão de tirar essas coisas da minha frente ou vou levar e queimar tudo, entendeu? —— Disse o mais novo dando um tapa nas coxas cobertas e saiu do quarto.
Henrique sentiu uma enorme vergonha ao dar-se conta do que havia acabado de acontecer e gritou com o rosto na almofada antes de recolher tudo, fazer outro banho e vestir-se.
Quando regressou encontrou Lorenzo bisbilhotando na sua cozinha e Henrique estava tranquilo pois havia escondido todas as fotos, medalhas ou qualquer coisa que o ligasse ao seu emprego como agente policial.
—— O que? —— Perguntou o moreno quando viu a mão estendida do homem negro na sua frente.
—— Chave, devolve! —— Lorenzo voltou atenção para Henrique que tinha a sobrancelha erguida e a mão estendida para si.
—— Volta para o Paradiso —— Respondeu sugestivo ao pedido de Henrique mas o homem negou com a cabeça, voltar para aquele somente iria mantê-lo cada mais próximo a Lorenzo e ele recusava-se a aceitar principalmente depois de admitir que sentia atração por ele.
—— Não! —— O Rossi aproximou o rosto de Henrique que afastou-se, era perigoso estar perto dele. Os olhos cinzentos pousaram na boca carnuda do homem negro e depois os ergueu pra encarar os olhos castanhos.
—— Fica com ela, vou trocar a fechadura de qualquer jeito —— O mais velho disse dando as costas para Lorenzo que o impediu segurando o seu braço.
—— Precisamos conversar —— Pediu para o maior que massageou a testa frustrado com o rumo da conversa, ele sabia que o seu último surto iria levá-lo para aquele momento.
—— Não preciso da sua pena, Lorenzo então me faz um favor, saí da minha casa e esqueça que me conheceu, tenho a certeza que não será difícil —— Soltou-se indo em direção a sala de estar e Lorenzo passou a mão pelo cabelo tentando se acalmar.
Henrique sabia que tinha sido um erro permitir que o moreno o visse no seu momento de fraqueza, só mais um motivo para fazê-lo sentir patético e lembrar das marcas na sua pele apenas piorava esse sentimento de inferioridade.
Lorenzo encontrou o mais velho encolhido no canto do sofá abraçando o próprio corpo com a cabeça entre as pernas.
Ele não tinha experimentado criar laços com alguém cheio de muralhas e inseguranças como Henrique em toda a sua vida por isso não sabia como agir porém decidiu confiar nos seus próprios instintos e tentou tocar o joelho dele.
—— Não toca em mim —— Tirou a mão mas se manteve a frente do mais velho e os dois ficaram num silêncio que durou uns minutos até Henrique erguer o rosto.
—— O que você quer de mim? —— Questionou com dor nua e crua que experimentou durante os anos, sim, ele havia seduzido por causa da sua missão mas não esperava que fosse começar a nutrir sentimentos por Lorenzo.
—— Sinto muito pelo aconteceu naquele dia, eu peguei pesado quando fiz aquilo e para ser sincero não esperava que fosse tão sério —— Falou tocando os pés descalços do agente policial que não sentiu ou mesmo mostrou sinais de repulsa.
—— E o seu corpo não é feio, você não é feio e está longe disso…. —— Henrique continuou escutando as palavras ditas com calma aparente mas notava-se o nervosismo nos olhos cinzentos.
—— Nunca senti isso, não sei como lidar com isto mas eu quero conhecer você…cuidar de você mas para isso preciso que permita entrar na sua vida —— Henrique mordeu o lábio inferior sentindo-se encalhado, aquele não era o objetivo da sua missão mas se não aceitasse, iria perder a promoção e o seu emprego.
—— Você é muita areia para o meu camião e tenho a certeza que tem muitos por aí querendo ficar contigo, só apenas uma opção entre muitos —— O moreno suspirou profundamente com a resposta do polícia.
—— Dê-me uma chance para provar que falo sério, Henrique, só uma —— O menor pediu para o homem negro que assentiu levemente mas se manteve na posição e Lorenzo não conseguiu conter o enorme sorriso que brotou no seu rosto.
Por ser muito tarde, Lorenzo voltou para casa feliz como uma criança que acabara de comer o melhor dos doces.
—— Como foi? —— Escutou a voz de seu tio assim que entrou dentro de casa porém Marco percebeu pela expressão do sobrinho que tinha boas notícias.
—— Mais difícil que fechar um bom negócio, agora entendo o motivo de estares solteiro —— Comentou fazendo o seu tio gargalhar alto.
—— Estou solteiro porque a sua tia me mandou catar côco —— Disse deixando no sofá.
—— Ainda me surpreende você não ter transado com ele ainda —— Marco falou quando viu o sobrinho olhando para uma foto de Henrique que dormia tranquilamente.
—— Eu ainda quero mas preciso ter cuidado, ele tem problemas com o corpo e não quero parecer que só quero sexo por isso vou esperar até ele dizer que está pronto —— Disse guardando o telefone e deixando-se levar pelo cansaço.
—— Francesco pediu para ir a mansão, ele falou alguma coisa sobre negócio —— Lorenzo suspirou em decepção, ele tinha acabado de conseguir um encontro com Henrique e tinha que fazer uma viagem de mais de dez horas.
—— Ele sabe que odeio ir para lá. É urgente? —— Questionou ao tio que ergueu os braços em desdém mas não tinha escolha, eram ordens do seu pai e não tinha como negar.
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Pecados Do Coração
RomanceNuma cidade onde a linha entre o certo e o errado é tênue, Henrique Costa, um policial determinado a provar seu valor, se vê envolvido em um jogo perigoso ao ser designado para se infiltrar na boate do criminoso mais procurado do mundo. O que era pa...