Francesco desatou a rir quando viu a bochecha avermelhada do seu filho. Fazia tanto tempo que não via aquela expressão aborrecida no filho que não resistiu quando a viu.
—— Não tem graça —— Falou pegando a chave do seu carro se preparando para sair do Paradiso.
—— Ele dar-te um tapa por ser pervertido? sim tem e muita graça —— O grisalho disse recuperando o fôlego e segurou o ombro do filho seguindo caminho para a saída.
—— Faz tanto tempo que não recebo uma bofetada que nem sei como reagir —— Disse sincero. Tocou o rosto e sentiu uma satisfação imensa quando lembrou da maneira como Henrique expelia a submissão toda a vez que chegava perto dele.
—— Pelo menos valeu a pena —— Comentou imaginando aquela figura do corpo divino do homem negro.
Lorenzo também notou que Henrique tendia a esconder o corpo ou mostrar o mínimo de pele possível apesar dele ter sido bem ousado na noite que se conheceram.
Francesco viu o filho observando Henrique que trabalhava concentrado na sua tarefa, o velho homem conhecia a sua própria cria e Lorenzo.
—— Sei que o queres mas tenha em consideração os sentimentos deles antes de fazer alguma estupidez, Enzo —— O Rossi mais novo endireitou a sua gravata antes de voltar a atenção para Francesco.
—— Ele apareceu do nada me seduzindo, obviamente que será como os outros —— Falou com ódio. Lorenzo gostava da vida que levava, mas conseguir um parceiro fixo era um desafio que enfrentava há anos.
Nos seus trinta anos de vida, percebeu que era mais fácil conseguir ter um corpo aquecendo o sua cama do que um coração apaixonado por essa razão ele decidiu seguir a onda do mundo e era normal na geração que vivia então porque se preocupar?
—— Vou para casa, amanhã será um dia cheio —— Despediu-se indo para fora do edifício e entrou no seu carro. Na manhã seguinte teria um dia cheio organizando a papelada da nova mercadoria e uma reunião com Carlos, seu sócio.
Assim que chegou a casa, fez um banho quente e com uma toalha enrolada na cintura levou a sua arma e começou a limpa-la.
Ele gostava da sensação do metal frio contra a sua pele, o impacto que sentia sempre que apertava o gatilho e o som da bala saindo, havia escutado tantas vezes que acabou gostando.
O seu telefone tocou e colocou no viva-voz.
—— Conseguimos o endereço dele, senhor —— Escutou do outro lado enquanto continuava a sua tarefa.
—— Ele está em casa? —— Perguntou olhando para o relógio, faltam minutos para dar três horas da madrugada.
—— Não, senhor, apenas a Aria desceu do carro dele —— Após isso encerrou a chamada para ir se vestir.
O moreno não sabia explicar mas sentia uma necessidade estranhamente familiar de ficar na presença de Henrique apesar de nunca o ter visto antes.
O seu corpo, mente e alma insistiam em lembrá-lo de Henrique cada segundo, no começou pensou ser apenas tesão mas com o passar do tempo percebeu que não se tratava disso.
—— Porque você não saí da minha cabeça? —— Questionou-se ligando o seu carro. Somente passam horas desde que conheceu Henrique mas o homem negro parecia sugá-lo.
Após dirigir por uns minutos chegou a Paradiso, franziu o cenho com a cena que contemplou.
Henrique abraçava o próprio corpo devido ao frio da madrugada e estava lutando para se manter acordado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pecados Do Coração
RomanceNuma cidade onde a linha entre o certo e o errado é tênue, Henrique Costa, um policial determinado a provar seu valor, se vê envolvido em um jogo perigoso ao ser designado para se infiltrar na boate do criminoso mais procurado do mundo. O que era pa...