Capítulo 21 - Última garrafa

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1 mês depois

Pov Lalisa Manoban

Respirei fundo antes de passar pelo portão daquela casa, nem parecia que eu tinha vivido minha vida toda naquele lugar, porque entrar nele agora fazia um frio percorrer toda a minha espinha.

Andei pelo jardim notando que as flores e as rosas ainda estavam bem cuidadas, dei graças a Deus que não tinha ninguém na sala quando passei por ela.

Subi aquela escada enorme e fui direto para o meu quarto, quando entrei passei a mão pela roupa de cama, tudo cheiroso e engomado do mesmo jeito que eu havia deixado.

Encarei a cama de longe com as mãos no bolso, lembrando de mim e Rosé ali. Antes de toda aquela confusão acontecer, eu estava, mesmo que inconscientemente admitindo os meus sentimentos por ela.

Deixei aqueles pensamentos de lado, e abri o meu closet, sorri ao ver as caixas perfeitamente empilhadas e organizadas como eu havia pedido para Lily fazer, claro que ela teve ajuda dos outros funcionários, mas eu reconhecia aquele cuidado.

Comecei pegando algumas caixas e desci até o meu carro, sorte minha aquele porta malas ser grande o suficiente, com sorte eu teria que dar apenas duas viagens.

Peguei mais caixas e desci, meu antigo motorista perguntou se eu queria ajuda e eu acabei aceitando.

Nós dois éramos grandes e fortes, o que fez o trabalho acabar bem rápido. Depois peguei uma maleta que havia trago no banco de trás e subi para o quarto de novo.

Comecei a recolher as minhas jóias, aquelas eu mesma queria guardar, com todo o cuidado que elas mereciam.

Demorei mais tempo do que eu imaginava naquele processo, eu realmente não fazia ideia da quantidade de coisas que eu tinha, só agora mexendo em tudo eu conseguia notar.

Eu precisaria de mais algumas pastas. Fechei a que havia trago comigo, eu pegaria todo o resto quando buscasse as outras caixas.

Quando estava saindo do meu quarto levei um susto ao ver meu pai parado no final do corredor, como um filme de terror.

— Boa tarde. -Sua voz grave ecoou pelo corredor e eu virei o rosto para poder trancar o quarto.

— Boa tarde. -Respondi voltando a caminhar, para sair o mais rápido possível, mas quando iria passar por ele ele tocou o meu braço.

Encarei seus olhos, sérios e firmes, igual ao meus.

— Não vai conversar comigo?, você está indo embora, Rosé e meu neto também foram, e ninguém me da uma chance de conversa.

— Você acha que merece isso?, vamos lá meu velho. -Falei em tom sarcástico. — Você realmente não sabe o motivo de tudo isso estar acontecendo?.

— Lisa eu sei que eu errei, me desculpa.

Encarei aquele homem com a expressão mais surpresa do mundo, pela primeira vez eu o via me pedindo desculpa.

— Você vem errando a alguns anos, uns 23 anos pra ser exata. -Eu e ele estávamos frente a frente

— Se eu pudesse voltar atrás, não teria feito isso filha.

— Sim mas não tem como voltar atrás tem papai?. -Falei sarcástica novamente. — Perdi Rosé, perdi o meu filho, e estou afundada em um vício desgraçado, você venceu, tinha razão, eu sou inútil e desprezível.

— Você acha que eu durmo feliz. -Ele disse engolindo em seco. — Eu não quero ficar nessa casa sozinho. -Percebi nos olhos de meu pai que ele temia alguma coisa, e algo me dizia que aquilo me envolvia mas não do jeito que eu merecia.

Consequências de um dia •Chaelisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora