Capítulo 14 - Crise

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Pov Lalisa Manoban

Senti meus olhos pesarem e sacudi a cabeça tentando acordar o meu cérebro, com certeza a parte mais difícil de gerenciar um novo mercado de ações era estudar sobre ele.

Minha próxima reunião falaria sobre lucros, e agora era só eu por mim, meu orgulho não me deixava pedir ajuda ao meu pai, e eu duvidava muito que ele ajudaria mesmo se eu implorasse.

Acho que o sonho dele seria ver eu fracassando e perdendo todo aquele dinheiro, eu cresci em berço de ouro, nunca soube na vida o que era passar dificuldade, mas uma coisa meu pai não deixava de lembrar sempre, a importância de cada centavo que investíamos.

Era uma droga mas meu pai nunca perdia nada, nunca deixava as ações cairem, isso desde o primeiro dia que ele assumiu a empresa do meu avô, era um negócio de família, passado de geração a geração, eu, meus primos, minhas tias, todos eram envolvidos com a empresa.

Só que meus tios pegavam mais leve com as garotas da família, elas ocupavam cargos menos importantes, tinham liberdade para fazer outras coisas se quisessem, já eu, bom devem ter percebido que uma coisa que eu nunca tive foi direito de escolha.

Olhei para o relógio e vi que já era meia noite, e eu não estava com a menor vontade de ir para casa, mesmo estando cansada.

Me levantei de onde estava andando até o pequeno frigobar que tinha perto da grande janela, pelo menos agora eu tinha o meu próprio prédio e não precisava ver o meu pai todos os dias.

Peguei uma garrafa de Rum que havia ganhado de Jennie, ela me trouxe de uma viagem que havia feito na Espanha, aquela era uma das bebidas mais fortes do mundo, tinha 90% de álcool.

Ela só me deu com a condição de que eu bebesse apenas em datas comemorativas, bom, a minha vida estava uma bosta, eu poderia comemorar isso certo?.

Coloquei uma dose da bebida no copinho, era a primeira vez que eu estava experimentando aquilo, entornei o líquido de uma vez só, e foi como engolir uma chama de fogo, toci diversas vezes sentindo minha garganta queimar.

— Caralho. -Falei pegando a garrafa e olhando o rótulo.

Com certeza aquele Rum tinha se tornado minha bebida favorita, com o tempo eu me acostumaria ao gosto.

Ainda me lembrava da primeira vez que eu tinha bebida, eu tinha 14 anos e estava com alguns amigos do colégio, nos reunimos e eles trouxeram cerveja, um amigo nosso tinha pego dos pais, já que era impossível conseguir bebida alcoólica sendo menor de idade.

Naquela época as coisas não estavam muito boas em casa, eu me sentia muito sozinha, meu pai estava sempre trabalhando, minha mãe tinha morrido e eu não me dava muito bem com os meus primos.

Eu bebi muito aquele dia, a ponto de passar mal e vomitar, por sorte meu pai estava preocupado demais com seu trabalho para notar que eu dormi o dia todo depois daquilo, a sensação de acordar depois não foi ruim, eu tinha esquecido de tudo, como se a bebida tivesse apagado minha mente, apagado como eu estava me sentindo antes de beber aquilo tudo.

Foi o meu primeiro contato direto com o álcool.

Peguei um pouco de Whisky e me sentei na cadeira de novo, aquele Rum tinha acordado todos os meus sentidos, tentava me concentrar de novo mas estava ficando um pouco tonta, fechei o computador e desliguei tudo pegando minha pasta e saindo do escritório.

Entrei no carro percebendo que estava um pouco tonta, eu nunca tive dificuldade para dirigir bebada mesmo sabendo que não era certo, mas naquele horário com certeza não tinha quase carro na rua.

Consequências de um dia •Chaelisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora