Capítulo 23 - Caindo na real

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Pov Lalisa Manoban

Não sabia dizer ao certo quantas vezes eu recobrei a minha consciência e dormi de novo, era impossível abrir os olhos, falar, ou mexer qualquer parte do meu corpo, eu ouvia as pessoas conversando ao redor, acho que ouvi a voz de Haru e de Jennie, senti alguém tocar a minha mão, mas não conseguia ter certeza disso também.

Não sabia se tudo aquilo era apenas um sonho, mas se fosse seria o sonho mais longo que eu tive na vida.

[...]

Minha cabeça pesou de primeira, mas senti aquela sensação diminuir enquanto eu recobrava a minha consciência de novo, mas agora era diferente, comecei a sentir os membros do meu corpo de novo, mas ainda sem move-los, abri devagar a mão e fechei novamente em volta de algum tubo de plástico.

Tentei me concentrar em ficar acordada, mas quando senti um tubo em minha garganta comecei a me desesperar, porque algo estava respirando por mim, não consegui acompanhar, e senti minha respiração diminuindo, enquanto uma dor aguda surgia no meu peito.

Haviam pessoas falando mas eu não conseguia ouvir direito, o barulho dos aparelhos apitando tiraram o meu foco, e segundos depois senti o tubo sendo arrancado da minha garganta.

— Lisa, respira devagar. -Foquei na voz masculina que eu estava finalmente ouvindo com clareza. — Vamos lá, respira fundo comigo.

Como não tinha mais tubo controlando nada eu consegui recuperar minha própria respiração, mas ela ainda era ruim e difícil, como se o ar pesasse cinco toneladas, senti mãos ao meu redor, e depois alguma coisa na entrada do meu nariz.

Tive medo de abrir os meus olhos, eu estava em um hospital, as coisas foram se encaixando lentamente na minha cabeça, aqueles aparelhos grudados em mim, eu não conseguir me mover, tudo isso tinha uma razão, mas qual era?.

— Por que ela não abre os olhos?. -Era a voz de Jennie, e agora eu tinha certeza de que não era um sonho, se Jennie estava ali eu estava segura certo?.

— Ela ainda está acordando Jennie, não se preocupe leva um tempinho pra assimilar tudo, já tiramos a intubação e ela esta respirando sem auxílio, isso é uma ótima notícia.

Intubação?, então eu estava entubada, a coisa era séria pelo jeito.

— Acha que já posso chamar a família dela?.

— Eu esperaria até que ela estivesse de olhos bem abertos e conversasse com o médico, pode ser um baque de primeira sabe, ter muitas pessoas aqui pode acabar atrapalhando.

Que família?, eu com certeza não queria o meu pai ali e eu não tinha mais ninguém além de Jennie, eu precisava acordar e dizer pra Jennie que não queria ve-lo, e eu nem sabia o porque.

Se passaram alguns minutos, ou horas?, não sabia ao certo, ainda me mantinha acordada mesmo com o meu cérebro fazendo de tudo para desligar de novo, será que eram os remédios?, normalmente eu não sentia tanto sono.

Comecei a tentar abrir os meus olhos, por que parecia uma tarefa tão difícil?, eles estavam pesados, tentei pela segunda vez, tudo que eu vi foi uma luz forte e borrada, fechei eles novamente e abri de novo, encarando o teto branco, pisquei algumas vezes me acostumando com a claridade, mexi minhas duas mãos, só ali eu percebi o quanto minha boca estava seca, como se eu não bebesse água a semanas.

— Água. -Pedi com a voz baixa, ninguém me ouviria daquele jeito. -Virei um pouquinho o rosto encarando Jennie sentada no sofá, enquanto digitava algo no celular, a imagem dela ali mesmo que parada me trouxe um certo conforto, sorri fraco pra ela. — Jennie.

Consequências de um dia •Chaelisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora