Depois do Para Sempre | Sariette

O Ensaio

Estou lendo os comentários de vocês e confesso que acabo rindo do hater que a coitada da nossa Juliette recebe nessa fanfic. Hahahahah!

Boa leitura, gente!
E muito obrigada por estarem acompanhando.
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— Maria Júlia Freire Andrade! Desce logo. Eu não quero me atrasar.

— Já vou, mãe. — A garota gritou do primeiro andar. — Que saco!

Era uma manhã de sábado e contrariando as ideias das crianças de acordarem tarde no fim de semana, Sarah resolveu agir como se estivessem em um quartel. Levantou todos às seis da manhã e encheu de ordens. Tomar banho, tomar café, lavar a louça, arrumar o quarto e trocar de roupa para saírem.

É claro que a predisposição da ordem da mais velha e o mau humor dos seus filhos se colidiram bruscamente, sendo facilmente audível algumas frases ecoar pela casa como: "a mamãe tá chata pra caramba hoje" ou ainda "que saco! Queria estar dormindo". Sarah sempre fingia não ouvir, mas a verdade é que estava rindo por dentro. A maternidade finalmente estava dando retorno, pensava.

Mas, bem.

A questão de fato era que Sarah não queria mesmo acordá-los tão cedo naquele fim de semana. Mas em sua mente metódica e programática, se ela os acordasse às nove, por exemplo, sequer daria tempo de realizar alguns trabalhos domésticos e ainda adiantar com seus trabalhos nos estúdios. A fotógrafa precisava realizar uma sessão fotográfica ainda hoje, além de terminar algumas edições das fotos que seriam enviadas para a Vogue, sem contar da produção dos seus portfólios para suas redes sociais. Parecia simples ficar sentada em uma cadeira e apenas no computador, mas a verdade é que tudo isso demandava tempo, perfeição e principalmente, atenção.

— Mãe, posso levar o Thor? Por favor, por favor. — Guilherme saltitava à sua frente.

— Pode. — Retrucou, vendo a comemoração que ele sempre fazia ao ser atendido positivamente pela loira — Mas vê se nem quebra, nem esquece.

— Pode deixar, mamãe. Não vou quebrar, nem esquecer lá no Thi.

Sarah assentiu, passando os dedos pela cabeleira molhada do próprio filho.
Thi, ou ainda quem sabe, Thiago, o melhor amiguinho do Guilherme, tinha pedido incansávelmente para os pais para que ele fosse dormir lá, pelo menos, uma noite. E obviamente foi aceito. Isso porque Luísa e Rodrigo eram um dos poucos casais amigos de Sarah. Eles conheciam seu trabalho e vez ou outra, saíam para jantar e jogar conversa fora. Nunca tivera problema algum com eles desde que Guilherme e Thiago se conheceram, ao contrário, eram extremamente respeitosos e queridos. Tampouco fizeram objeção ou se afastaram quando souberam que Sarah era uma mulher lésbica. Eram pessoas raras de se encontrar.

— Hey, mocinha. Posso saber porque está com esse livro na mão?

— Pra ler? — Rebateu com obviedade.

— E quem disse que você vai ter tempo pra ler? — Sarah cruzou os braços, estreitando os olhos — Você vai me ajudar, mocinha.

— Ai, mãe! Para de coisa também. O ensaio é às quatro e estamos indo que horas? Duas? — Bufou, passando por ela como um raio. — Me deixa também.

— Maria Júlia, olha como você fala com a sua mãe.

— Desculpa, mãe. É que hoje a senhora, meu Deus! Eu vou ler durante o caminho, tá?. Além de desconectada e anti social, você quer que eu seja burra também?

Sarah prendeu o riso, lançando-lhe um olhar repreensivo.

— Acho que vou aumentar seu castigo só por isso.