Depois do Para Sempre | Sariette

Novos Integrantes?

— Bianca? O que você está fazendo aqui?

— Bem, eu-...

A fala da mulher foi veementemente interrompida por Gilberto que apareceu com um sorriso de orelha a orelha, mas que ia murchando cada vez que notava a feição séria de Sarah voltada para a sua ex-namorada.

— Você chegou, bicha! Achei que ia morar lá em João Pessoa. — Tentou descontrair, mas, sem sucesso — É-... Eu tentei avisar que ela estava aqui. Mas seu celular está caindo na caixa postal.

— Eu também tentei ligar, Sarah. Preciso muito conversar com você.

— Nós não temos mais nada para conversar, Bianca. Achei que eu tinha sido clara. — A fotógrafa apoiou a ponta dos dedos na mesa, como se precisasse de um suporte naquele momento.

Seu caso com Bianca havia sido, dentro do limite, um caso longo, repleto de bons momentos e principalmente, sexo. Por um momento, cogitou casar com aquela mulher. Ela era tudo o que admirava e precisava.

Uma mulher doce, amorosa, paciente, divertida, quente e leal.

Porém, a expectativa e a falsa realidade haviam descido por água abaixo com o retorno da sua verdadeira esposa que lançou a verdade nua e crua em sua frente. Sarah nunca soube que Bianca tinha alguém, ao contrário, sequer duvidou que ela mentia.

O combo de estar sendo enganada mais o retorno de Juliette e todos os sentimentos que ela mexia e remexia dentro da fotógrafa, deixou claro o quão decepcionada ela estava e o quão ainda era perdidamente apaixonada pela esposa. Mesmo que Bianca implorasse, ficasse de joelhos, rasgasse o peito, Sarah não voltaria.

Não voltaria porque amava Juliette;
E mesmo se não amasse, não se submeteria mais a um caso mentiroso.

— Eu terminei o meu casamento. — Disparou, fazendo Gilberto elevar as sobrancelhas em surpresa.

— Licença. — Ele pediu, deixando ambas mulheres sozinhas.

— Eu não amo ele, Sarah. Digo, eu amava. Amava até encontrar você, Sarah, por favor.

— Sugiro que retorne ao seu casamento, pois, de mim, você não terá nada, Bianca. — Pontuou friamente, cruzando os braços em clara defesa — Se não fosse a Juliette, por um mero acaso, eu nunca teria descoberto que você tinha alguém. Você sabe o que é dormir com alguém sem saber que está sendo enganado o tempo inteiro?

— Sarah, me escute. — Implorou, se aproximando da fotógrafa.

Bianca pousou ambas mãos nos braços da mais alta, encarando fixamente seus olhos que estavam negros, completamente dilatados pela raiva que se amontoava em seu pescoço, o deixando vermelho e quente.

— Nós tínhamos um relacionamento aberto e eu não quis contar nada a você, unicamente porque eu não queria perder você. Eu sabia que se você soubesse que eu era casada, nunca ficaria comigo. — Ela fez um bico, analisando milimetricamente a extensão da face séria da fotógrafa — E, Sarah. Eu te amo desde a primeira vez, isso é muito sério. Eu acabei tudo por sua causa.

— Seu amor e o seu casamento acabado são coisas suas, Bianca. Eu não tenho nada a ver com isso. — Sarah se afastou, retirando os braços dela de si — E outra, eu sou uma mulher casada agora. Amo a minha esposa e não ache que eu irei deixá-la por outra pessoa.

— O que? — Esbravejou entre lágrimas — Casada? Com quem? Com a rodada da Juliette? Fala sério!

— Veja bem como você fala da minha mulher, Bianca. Você não sabe do que sou capaz de fazer por ela. — Ditou, apontando o dedo indicador no rosto da morena.