Digitais

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Os corpos nus estavam cobertos apenas pelo fino lençol branco.

Todas as roupas da noite anterior estavam espalhadas pelo quarto do casal, no primeiro andar da residência. O silêncio abraçava suas almas, do mesmo modo que o braço da paraibana segurava possessivamente a cintura da esposa, enquanto tinha a cabeça deitada em seu peito. Estavam exaustas. A noite, afinal, havia sido regada de sexo, promessas, pedidos e também de conversas, devidamente esclarecedoras.

Sarah terminou de lavar o último copo e não tardou em deixá-lo no escorredor. Enxugou suas mãos e subiu tal como Guilherme minutos atrás, numa corrida quase desesperada em busca da sua mulher. Mas, antes, passou no quarto dos filhos. Ambos pareciam ter adormecido e a fotógrafa nunca agradeceu tanto por aquilo.

A porta do quarto delas estava entreaberta e certamente, houve uma estranheza vindo da mais alta. Afinal, ela tinha dado uma ordem clara.

"Ju?" Chamou, adentrando e virando a chave na porta, deixando o quarto devidamente trancado.

"Um minuto, meu amor."

A mais velha não tardou em deitar na cama e puxar o telefone da cômoda. Aliás, seu celular pessoal estava cada vez mais abandonado desde que ela voltara a ter um relacionamento sério com a esposa. Usava poucas vezes. Umas ligações para a família, outras para alguns amigos, ponto. Não vasculhava muito as redes sociais, a menos que fosse questão de trabalho. Não era uma proibição, como muitos pensavam, vindo de Juliette; ao contrário, Sarah apenas não via o porquê perder tanto tempo em um celular quando a melhor coisa do mundo estava ao seu lado, conversando, tocando, beijando, arrancando seus melhores sorrisos.

Instintivamente, ela desligou o aparelho e jogou na cômoda novamente ao sentir o cheiro - ainda mais forte - do hidratante corporal da morena. Sentia como se aquele perfume viesse ao seu encontro como nos filmes, capturando suas narinas e a puxando até o local de onde o cheiro saía. E ela quase levantou, mas, preferiu ficar sentada e completamente embasbacada. Isso por Juliette aparecer no instante seguinte, atravessando o banheiro com os cabelos soltos e ondulados, enquanto trajava um robe vermelho de seda que ia até suas coxas.

"Que preparação." Sarah brincou e sem mais, abriu suas pernas, deixando que ela se encaixasse ali e tomasse seus lábios em um selar demorado "Está linda."

"Tira a roupa." Ordenou sem mais ou menos, recebendo um olhar assustado da loira.

Sem respondê-la, Sarah preferiu apenas obedecê-la.
Se ergueu e puxou a camisa por cima da cabeça, retirando o short logo em seguida, jogando para um canto qualquer do quarto. Estava de lingerie preta, encarando uma Juliette que ajustava o laço do robe na outra ponta da cama.

"O que está aprontando, Sra. Freire Andrade?" Sarah perguntou enquanto se aproximava e grudava os lábios na pele exposta da esposa, deixando alguns beijos molhados na região jugular.

"Lembro de ter alguém reclamando de dor hoje e me pedindo uma massagem, hum?" Juliette deitou a cabeça no ombro da mais alta, se deleitando nos beijos que eram deixados: "Só quero fazer a minha mulher relaxar um pouco, ela teve um dia tão estressado, sabia?"

A fotógrafa virou seu corpo e levou uma das mãos livres até a nuca da menor, enquanto a outra apertava a cintura fina. Suas bocas se encontraram em um beijo lascivo, tal como na cozinha. Suas línguas deslizavam uma na outra e ambas gemiam com a sensação alucinante que somente as preliminares podiam fazer.

"A-amor, deita. Por favor." Juliette pediu, mesmo à contragosto, puxando o lábio inferior da esposa com os dentes: "Vai, linda."

"Tá bom, tá bom." Sarah se rendeu, deitando de bruços. Não demorou para que sua esposa subisse e sentasse em sua bunda redonda, abrindo o fecho do sutiã e jogando a peça em qualquer lugar do quarto. "Ai, Juliette... Assim não." Resmungou manhosa, sentindo a trilha de beijos e chupões molhados que a menor fazia desde sua nuca até suas costas.

Depois do Para Sempre | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora