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Estou boazinha hoje... Hoje.

Boa leitura!

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Uma semana havia se passado e, desde então, tudo voltou ao normal na residência Andrade.

Juliette trabalhava com afinco naquela semana. Gravava publicidades com frequência, tinha reuniões com a equipe, fechava parcerias e estudava a possibilidade de remarcar o show que havia adiado em prol da sua família.

E por falar em família, sua ex-esposa, Sarah, também estava afundada em sessões fotográficas naquela semana, assim como Maria Júlia não parava de reclamar da interminável lista de afazeres escolares juntamente com Guilherme que, além de estar de castigo, ainda precisava conciliar os estudos com alguns afazeres de casa, tudo bem arquitetado por Sarah.

Porém, apesar dos afazeres de Juliette e Maria Júlia, ambas mantinham contato. Perguntavam sobre o dia, conversavam por memórias soltas do passado, acerca da escola, de Sarah e Guilherme, até mesmo do trabalho de Juliette.

Contudo, não eram apenas essas indagações prontamente respondidas que permeavam a conversa de ambas. Na verdade, após Sarah abrir um pouco do seu baú de memórias que compartilhava com a ex-esposa naquela noite de sábado, tanto Juliette, quanto a própria filha, ficaram pensativas. Sarah tinha mostrado uma outra versão completamente escondida em seus muros e espinhos, uma versão que Juliette não havia visto há muito tempo, nem mesmo Maria Júlia recordava de ter visto.

É claro, Juliette havia argumentado com veemência que Sarah era assim. Havia muito mais amor nela do que dureza, era a famosa "casca de caranguejo" que havia cedido para as emoções da canceriana mais familiar e amorosa que ela já encontrou. A pedra que a brasiliense carregava consigo e chamava de coração, tinha sido substituída por um coração de carne naquela noite. Até mesmo sua voz era suave ao contar os detalhes do que aconteceu anos atrás Isso porque parte dela havia cedido, mas a dura realidade veio no dia seguinte.

No sábado, Sarah tinha sido atenciosa e companheira; mas, no domingo, ela voltou a ser distante e de poucas palavras. Deu apenas um "bom dia" à Juliette e enfatizou que não confiava cem por cento nela, talvez, nem mesmo, um por cento.

Maria Júlia não entendeu a causa da rispidez de sua mãe, mas Juliette entendia. Sua ex-esposa só tinha cedido porque foi um gatilho vê-la em sua vulnerabilidade, então, com toda a bondade que ainda tinha, Sarah fez questão de ajudá-la tanto a ponto de esquecer que Juliette esteve sob pressão por trinta minutos. Porém, o tempo havia acabado e a vida continuava em seus devidos trilhos.

— Tem certeza que não quer ir lá em casa? Só pra gente conversar um pouquinho, fazer uma receita duvidosa, falar mal de todo mundo, hein?

— Adoraria, Maju. Mas tenho que ir ao dentista e depois tenho aula de inglês. — Bufou, parando no corredor de saída — Só espero que minha mãe não invente de ir ao mercado também.

— E amanhã? Vai estar livre?

— Depende. Se for pra fazer todas as nossas atividades atrasadas, pode crer que sim. — Elas riram juntas — Ainda temos que estudar para o seminário. — Choramingou — Às vezes eu só queria viajar por um ano, sério.

— Duas. Acho que vou pedir pra mãe não ir nesse fim de semana lá em casa, se ela for, vou ficar toda distraída querendo saber das fofocas retrô. E nós precisamos urgentemente estudar.

— Combinado, então. Sexta e sábado na sua, domingo na minha. Negócio fechado?

— Quero brigadeiro de beijinho, hein? — Ela abraçou o pescoço de Letícia, deixando um beijo estalado em seu rosto.

Depois do Para Sempre | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora