Conexões

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// CONTINUA //

- S-Sarah, eu não aguento. Por favor, me chupa?!

A pupila da fotógrafa dilatou.
Aquela penumbra não permitiu que Juliette visualizasse os olhos esverdeados que tanto admirava, tornar-se uma coisa só com a escuridão.

Mesmo que seus olhos não pudessem vislumbrar o espetáculo da luxúria explícito nas orbes de esmeraldas, o seu corpo se arrepiava com a respiração quente e descompassada que batia em seu pescoço desnudo. Juliette podia sentir.

Sentia as unhas curtas subirem e descerem com tamanha lentidão que prolongava a sua excitação e incitava a sua impaciência.

Sentia a mão firme segurar em sua cintura fina, colando ainda mais seus corpos febris, mesmo em meio ao vento gélido que corria solto naquela noite.

Sentia o nariz afilado roçar em seu ponto de pulso, aumentando a umidade entre suas pernas.

Ela pôde sentir que uma única frase dita de forma manhosa foi capaz de injetar luxúria no corpo da sua esposa, a ponto da sua excitação correr como lavas em suas veias e artérias, terminando naquelas carícias que pareciam ser inocentes.

Mas, Juliette sabia perfeitamente que a falta de reação da fotógrafa em meio à algo que excitava não era covardia. Era a mais pecaminosa absorção que se expandia com rapidez, a ponto de deixá-la insaciável e com uma energia contida, que seria dispersa em cada beijo, em cada estocada, em cada tapa bem dado.

- Repete bem devagar o que você me pediu. - Ordenou em um sussurro, subindo a mão quente até o seio macio da morena.

- Por favor, meu amor. - Ela pronunciava ao pé do seu ouvido - Me chupa?

Sarah fechou os olhos e apertou o bico enrijecido da menor, ouvindo um gemido baixo, seguido de uma contração em seu corpo.

- Está com saudades de mim em você? - Perguntou com um sorriso contido, levando os lábios quentes até o pescoço despido da paraibana.

- Me sente... - Ela puxou a mão livre da esposa até o centro de suas pernas, sentindo a loira fazer uma leve pressão em cima da calcinha, enquanto sugava o ponto de pulso da menor - Ai, amor! Faz de novo, linda. - Pediu, buscando por mais contato.

- Vamos para o nosso quarto, amor. - A mais alta deixou um beijo em suas têmporas.

Juliette acenou em concordância, mesmo queimando por dentro de tanto desejo. O risco de alguém ouvir os gemidos naquela parte da casa era mínima, mas não nula. Guilherme poderia chegar a qualquer momento, como sempre fazia; assim como Fátima ou qualquer outra pessoa. Elas precisavam de espaço, tempo e segurança para beberem do cálice dourado da luxúria durante aquela noite de mel e pecado derramados.

Suas mãos estavam unidas, tal como seus corpos também ficariam. Seus dedos estavam entrelaçados em um aperto, tal como serviriam para apertar a pele e os cabelos durante o ápice. Elas se olhavam com cumplicidade, tal como também se manteriam atentas durante todo o ato carnal. Aquilo era conexão nua e crua. Daquelas que são difíceis de serem achadas.

- Ei, ei, ei. - Fátima interrompeu - Já vão deitar, é?

Sarah tentou evitar um sorriso sacana e irônico, mas não conseguiu, denunciando assim, a artimanha nada pura que faria com a filha da sua sogra.

- Precisa de alguma coisa, mãe?

Fátima ergueu uma sobrancelha em direção à nora, enquanto secava ambas mãos no pano de prato.

- Só queria saber mesmo.

Elas assentiram juntas, voltando a subir os degraus da escada.

- Ah, meninas? - Fátima chamou novamente, ganhando o olhar de ambas que já estavam no topo da escadaria - Mesmo que não dê para ouvir tanto do quarto de vocês, peguem leve.

Depois do Para Sempre | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora