Marry Me

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Eita como ela ressurge das cinzas!
E vamos de att? Xêro no oi!
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Sarah estava a ponto de ter uma síncope nervosa.

Gilberto que acompanhava tudo do outro lado do quarto, de braços cruzados e uma sobrancelha erguida, permanecia apenas em silêncio enquanto observava a fotógrafa sentar, levantar e andar em círculos por diversas vezes. Ele tinha absoluta certeza de que, se algum médico chegasse ali, levaria sua amiga internada.

Era um dia especial.
Não qualquer dia, tampouco qualquer data, era O Dia.

Já havia algumas pessoas vagando pelo jardim, completamente trajada com elegância para o evento. Os seguranças estavam a postos para evitar a entrada de qualquer jornalista ou fotógrafo. A decoração era um misto de tons de branco, rosa e laranja, bem ordenados pelas flores que Juliette fez questão de ter. E ter no arco, nas mesas e em todos lugares possíveis, para que ficasse agradável. Sequer se importando com quanto gastaria.

A fotógrafa, porém, estava vestida com um terno branco que havia sido feito sob medida. Seus cabelos caíam como cascatas onduladas pelos ombros e pelas costas. Estava nervosa e principalmente, ansiosa. Não sabia como sua esposa estaria vestida, nem o que lhe diria na frente de todos. Aliás, nem mesmo a própria Sarah sabia como iria dizer tudo o que queria sem gaguejar ou travar. Ela sabia que era tradição não ver a noiva antes da cerimônia, mas a verdade é que todo o seu sistema nervoso estava gritando para, ao menos, senti-la.

Sim, o seu toque, a sua pele macia, sua mão quente, eram capazes de dissipar toda a agonia existente no peito da mais alta.

— Meu Deus, será que não podemos começar logo? — Resmungou manhosa, olhando pela janela.

O movimento ficava cada vez mais intenso.
Sarah ouviu quando Gilberto soltou uma risadinha e não tardou para que ela sentisse duas mãos em seus ombros, apertando suavemente a região.

— Quem diria, hein? Nossa bad girl se casando com a patricinha. E ainda fica nervosa por isso.

Foi a vez de Sarah rir e o encarar sob o próprio ombro.

— Você está linda, amiga! Se a Ju não chorar só de ver isso aqui… — Ele apontou para a loira — Ela vai ficar em um transe.

— Eu que sou capaz de chorar ao ver ela, Gil. Você não está nem entendendo. — Sarah divagou o olhar. Não estava mentindo. Ela se conhecia bem e sabia perfeitamente que qualquer coisa referente à sua noiva e filhos, a canceriana se tornava uma verdadeira manteiga derretida — Quando fomos fazer as fotos do pré wedding, precisaram me dar um chá de camomila.

— Ai, vocês são tão gays, suas sapatonas! — Eles riram juntos, trocando um abraço apertado — Estou feliz por você, minha amiga. Principalmente pela sua família, por vocês, pela Maju e pelo Gui… tudo.

— Obrigada por estar presente, Gil. Obrigada.

Três toques foram dados na porta.
Eles se desvencilharam apenas para olhar quem vinha e foi impossível para Sarah não abrir um sorriso terno e largo ao ver sua mãe ali, que também sorria na direção dos dois.

A matriarca trajava um vestido verde claro longo, com mangas bufantes. Seus cabelos estavam presos a um coque delicado. Muito mais que suas roupas, o que se destacava em Abadia era o brilho no olhar, às lágrimas que eram teimosas e insistiam em molhar seu rosto. Tudo por ver cada mísero detalhe do maior sonho da sua filha se tornando realidade.

— Será que eu posso entrar? — Ela riu em meio às lágrimas, recebendo um aceno positivo da filha.

— Espero você lá no altar, amiga! — Gilberto, que também era o padrinho do casamento, deixou um beijo em sua testa — Sua filha está uma princesa, Abadia.

Depois do Para Sempre | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora