Questionamentos e Justificativas

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Gente... Quanto ódio e zero amor pela nossa menina Juli! Será que vocês não vão quebrar a cara com todo o hater (rs)?

Boa leitura!

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Na noite anterior...

Oi, Sarah. Será que eu posso entrar?

Sarah precisou piscar uma, duas, três vezes para ter a absoluta certeza que estava vendo nitidamente bem a sua ex-esposa parada na porta de sua casa, às 22h40 da noite. Isso quando a esperou, ou melhor, quando Maria Júlia esperou por ela durante uma tarde inteira.

Ela encarou Juliette por um longo minuto.
Involuntariamente, seu olhar percorreu todo o corpo da ex-esposa.

Juliette trajava roupas inteiramente pretas. Desde a calça de couro a jaqueta, indo da camisa de rock antiga ao tênis. Os cabelos estavam ondulados e caídos como uma cascata pelos ombros. Sarah só conseguiu juntar suas sobrancelhas diante da cena, num franzir de cenho que explicitava dúvida. Sabia que Juliette cantava, mas não que tinha pacto com os deuses da meia noite.

— Não, não pode. Você já viu que horas são?

— Sarah, por favor, me deixa explicar. — Ela colocou uma mão na porta, antes que a loira fechasse. Tinha um tom cansado e seu timbre de voz também ecoava em suas expressões faciais. Seja lá o que tenha acontecido, não foi algo bom. Sarah pensou — Eu acabei de chegar de João Pessoa. Aconteceu uma eventualidade na qual eu não consegui avisar, porque não tive nem tempo e nem internet. Eu disse pra Maju que viria e estou aqui, pode não ter sido no horário, o que sinto muitíssimo por isso, mas estou aqui.

Sarah ergueu uma sobrancelha, completamente desconfiada daquela chuva de informações.

— Qual eventualidade? — A loira cruzou os braços, se apoiando na porta — Mais uma viagem à trabalho? — Seu tom era irônico.

Juliette suspirou e desviou o olhar. Apertava os dedos com frequência, numa tentativa frívola de dispersar os próprios sentimentos.

— A minha avó faleceu. — Soltou, voltando a encarar sua ex-esposa que rapidamente se endireitou — Hoje, de manhã. Mainha ligou desesperada e eu fui, resolvi toda a papelada e o velório. Estava até agora pouco esperando o corpo e assim que chegou, vim correndo pra cá.

— Nossa. A dona Maria? Mãe da sua mãe?

A mais baixa assentiu e Sarah permaneceu em um choque de surpresa e tristeza mesclada.

Mesmo que ambas tivessem pendências, isso não anula o fato de que cada uma amava a família uma da outra. Sarah recordava com carinho os pais da sua ex-esposa, dos avós, dos primos e irmãos. Tal como Juliette amava a família de Sarah, pois, se sentia totalmente pertencente à ela. A junção da família Andrade e da família Freire foi o lance mais bem acertado em décadas e, em seus íntimos, elas sabiam que sentiam saudades de tudo isso. Sentiam saudades de ser família.

— Sinto muito, eu não fazia ideia. Como Fátima está?

Juliette meneou a cabeça, olhando para o chão em seguida.

— Apesar de triste, ela está conformada. Vovó já estava internada e bem, descansou.

Sarah quis abraçá-la ali mesmo, mas se conteve.
Quando o avô da sua ex-esposa faleceu, foi uma barreira difícil de se enfrentar e Juliette tinha certeza que só conseguiu, porque sua noiva — na época — estava ao seu lado. Aliás, Sarah não saía do seu lado, nem mesmo para um banho. Da mesma maneira, quando o patriarca da família Andrade faleceu, foi como um duro golpe acertado no peito da loira. Porém, Juliette esteve ali, dando toda força que tinha, se desdobrando em suas, sem tirar os pés de perto dela, principalmente durante toda a fase de luto.

Depois do Para Sempre | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora