13 | Da Tempestade

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Os turistas passavam quase correndo pela montanha estranha que se elevava em meio a pedras brancas lascadas e cheias de musgo em seus topos sujos

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Os turistas passavam quase correndo pela montanha estranha que se elevava em meio a pedras brancas lascadas e cheias de musgo em seus topos sujos. Fotos eram tiradas aos montes e celulares apontavam para o topo da colina em frenesi, como se aquele fosse o lugar mais bonito do mundo. Apesar da vista ser bonita, cheia de colinas e mata verdinha e vistosa, e também existir um campo de tulipas circundando o vilarejo, Félix honestamente achava aquela atração turística ridícula. Só mais uma coisa para humanos ganharem dinheiro em cima.

Félix não esperou que os turistas barulhentos tirassem ainda mais fotos naquele lugar para passar na frente de seu bando odioso abrindo espaço com empurrões nem um pouquinho amigáveis. A raiva o contaminou, lhe injetou o sangue com adrenalina e deixou seus pensamentos nublados quando viu um turista bêbado fazendo xixi em uma das placas dizendo que era proibido vandalizar patrimônios ambientais como aquele monumento.

Aos pouquinhos, os humanos estavam depredando o seu santuário. Félix trincou os dentes e tentou resistir ao máximo os impulsos violentos. Sua vontade era aplicar um chute poderoso o suficiente para arrancar sua cabeça, até mesmo moveu a perna esquerda devagarinho, mas seu juízo o manteve quieto.

A voz do Dragão Branco ecoou em sua cabeça; ainda soava como uma criança, agora assustada. Há dias não parecia algo adulto e assustador.

— Eles estão acabando com tudo... Jamie vai ficar triste... Eu não quero que o Jamie fique triste!

Félix cerrou os punhos e cobriu o pescoço com seu cachecol xadrez opaco. Apertou tanto as mãos ao fechar os olhos que as garras perfuraram suas palmas e sangue escorreu pelos nós de seus dedos. Ele afasta os urros de sua cabeça, mas aquela memória não iria sair dali tão cedo. Ah, não. Ele não podia deixar de se lembrar...

Sem responder ao seu pequeno "problema" de personalidade, Félix evita ao máximo pisar nas pedrinhas e empurra todos os turistas que consegue trombar com eles, desvia com elegância controlando seus passos e agora segue a pequena procissão que sobe o morro íngreme atrás de um guia turístico que fala um inglês embolado e com sotaque estranho demais para não ser forçado. O ar gélido fazia os visitantes dali tremerem e esfregarem as mãos.

Cidade dos Anjos: O Conto da Rosa e Seus EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora