[Antigo cinema Moonlight, Johnson’s Ave nº12, Nova Iorque, NY. 29 de dezembro, 1921. 02:32 p.m]
[Informação pode estar corrompida ou inválida pela zona temporal Mágica Ministerial. Arquivos encontrados registrados em uma pedra de sangue]Um jovem rapaz louro esperava com um guarda-chuva debaixo de uma tempestade torrencial; não se importava com o vento frio, muito menos com os respingos de chuva que molhavam seus sapatos. Ele usava um cachecol roxo que cobria metade de seu rosto. Mesmo assim, podia-se notar seus olhos rosa vibrantes olhando esperançados ao horizonte, olhando para algo que nem ele mais sabia o que era. Não que faça muito sentido, mas ele preferiu esperar fora da bilheteria do cinema Moonlight que entrar e esperar que a chuva que lhe açoitava e lhe jogava uma água congelante, que fazia com que ele tremesse e batesse os dentes de frio passasse. O vento soprara seu chapéu para longe há uma eternidade e agora ele estava lutando contra o vento que ameaçava roubar também seu guarda-chuva.
O velho senhor dentro da cabine da bilheteria bateu várias vezes no vidro para chamar sua atenção.
— Filho, está uma chuva de matar! — avisa de forma amigável — Você não quer entrar pra se aquecer? Nós temos aquecedores nas salas de filme. Não vou cobrar de você, parece que a sorte te abandonou hoje, que nem a pessoa que você está esperando. A sessão acabou de começar, filho, se entrar agora é capaz até de você achar algum bom assento.
Mas ele apenas lhe sorri de forma amigável e balança a cabeça em negação. Ele se aproxima com seu guarda-chuva, mas de longe nota-se que ele está ensopado e está pingando água de seu rosto. Ele bate os dentes de tanto frio.
— É-É muita gentileza a sua, meu nobre senhor, m-mas... É de suma importância que eu espere aqui, exatamente aqui... Ele ainda vem, minha companhia vem em minha procura, eu tenho certeza. — Rebate ele com um fortíssimo sotaque francês. Era difícil entender o que ele dizia.
É uma mentira feia, porque é a sexta vez essa semana em que esse rapaz espera ali até que caia uma chuva torrencial e lhe encharque até os ossos, forçando-o a ir embora com suas mãos abanando; hoje a única coisa que lhe acontece de diferente é que a chuva caiu muito mais cedo, fazendo-o sofrer muito mais antes da hora.
— Caso mude de ideia, filho, as portas estão sempre abertas. Para você e seu amigo — murmura educadamente o senhor da bilheteria.
Ele faz uma reverência rápida, ainda sorrindo meio sem jeito.
— Obrigado. Me lembrarei disso.
Ele está olhando inquieto para os dois sentidos da Johnson’s Ave, nervoso, mordendo seus lábios. Já quase desistente de seu encontro e se abraçando de frio, ao longe aparece um chamativo guarda-chuva pontiagudo de um vermelho berrante, diferente da cor monótona e apagada da rua. Pouco depois, sua agonia é dissipada ao ver um jovem rapaz de cabelos curtos loiros cor de areia e olhos azuis vibrantes. Ambos se jogam em um abraço apertado.
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Cidade dos Anjos: O Conto da Rosa e Seus Espinhos
FantasyOlá... ainda tem alguém aí fora? Depois dos fatos da falha tentativa de unificação da Rebelião dos Celestiais levantada por Nikiel, o cerco começa a se fechar em torno daqueles que ele jurou proteção, deixando para trás perguntas que a resposta é tã...