Capítulo 12 - Pinguins, Gatos e o Céu de Primavera

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“Há quanto tempo, Jones

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Há quanto tempo, Jones.

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Nada me prepararia para a reverberação da voz grave que chegava até a mim. Paralisada, pisquei os olhos por vezes repetidas, até entender que de fato Aono Sousuke estava na minha frente, se dirigindo a mim, em uma atmosfera totalmente diferente da última vez em que nos falamos.

— Achei que você não quisesse mais falar comigo. — Com passos curtos, encerrei a distância com um cumprimento envolto por um pouco de mágoa. Tudo bem que ele tinha todos os motivos para não acreditar em mim, mas aquilo ainda doía um pouco. Nada mais justo do que ele reconhecer que estava errado.

— É.. — Coçando a nuca, o garoto desviava o olhar para o lado. Apesar da vergonha, não desviei o meu. — Acho que eu te devo um pedido de desculpas.

Acha? — Sorri, cerrando os dentes. Não queria soar irônica, mas acho que não estava funcionando.

— Em minha defesa..-

— Em sua defesa nada! — Cortei-o, levantando um dedo na frente dos lábios dele, mantendo alguns centímetros de distância. Mesmo sentindo sua respiração quente contra o meu indicador, não recuei. — Eu te disse que não fui eu. Aquelas palavras me magoaram muito, sabia? — Estalando os lábios, prossegui, ressabiada. — Mas eu tenho ciência de já ter pisado na bola antes e.. Enfim, o que eu quero dizer é que estamos quites agora. Mas eu não vou te perdoar assim tão fácil.

— E eu deveria me sentir triste? — Pendendo o rosto para o lado, Aono me olhava novamente daquele jeito que me fazia sentir semelhante à uma formiguinha. Irritante.

— Deveria. Pois agora você tem uma dívida comigo.

— Dívida? — Repetindo as minhas palavras de um modo totalmente provocativo, o garoto de mechas loiras pendia a cabeça para o outro lado. Se ele queria me irritar, estava conseguindo. — E eu posso saber como vou pagar essa dívida?

Ah, você pode sim.” Pensei, abrindo um sorriso maquiavélico. E em segundos, peguei o meu celular, teclando algumas vezes até encontrar o anúncio que estava namorando há alguns dias atrás.

— Aquário? Você quer que eu compre um peixe para você?

— Quê? Não! Eles vendem peixes no aquário?

— Como eu vou saber? — Dando de ombros e totalmente imerso naquela conversa maluca, Aono prosseguiu com ambas as sobrancelhas elevadas. — Então, se não é pelo peixe, o que pode ser?

— Se você não tivesse apenas passado o olho pelo anúncio, teria visto que está na semana de exposição de pinguins. — Bufei, cruzando os braços. — E eu quero ver os pinguins.

Minha Nova Vida Sendo a EstrangeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora