Capítulo 20 - Miados, Promessas e (Des)encontros

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No momento que Aono estava ajoelhado ao lado da mãe, balançando-a desesperadamente, tudo pareceu estar em câmera lenta para mim

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No momento que Aono estava ajoelhado ao lado da mãe, balançando-a desesperadamente, tudo pareceu estar em câmera lenta para mim. Apesar de petrificados, forcei os meus pés a seguirem em frente, até que eu estivesse ao lado do garoto. Não consegui desviar o olhar, mesmo que tudo em mim estivesse gritando para fazê-lo.

A mulher despertava aos poucos, aparentando estar sob o efeito de remédios. Sorrindo, seu corpo se erguia lentamente, sendo amparado pelo filho.

— Mãe. — Aono começava, apreensivo. — Onde você conseguiu esses remédios? Você me disse que tinha parado.

— Não grita, Sousuke! — Disse a mulher levando as mãos até a cabeça, fazendo uma careta de dor. — Eu não estou dopada! Só tropecei e bati a cabeça.

Apesar do tom baixo e preocupado, Aono obedeceu a mãe e se calou. Ajoelhada ali, ao lado dos dois, meus olhos presenciavam um momento que deveria ser cotidiano na vida do garoto. Seus olhos parcialmente marejados, cansados e sem esperança provavam isso.

— Você trouxe uma mocinha com você... O que eu disse sobre visitas, Sousuke?

— Mãe. Acho melhor você descansar.

— Aono, acho melhor eu...—

Me calei abruptamente após as tentativas falhas da mãe de Aono em se erguer. Ajudando a mulher, o garoto a amparava enquanto a levava até o quarto, e eu ainda podia ouvi-la tentando convencer o filho de que estava bem, e este por sua vez prometendo vasculhar novamente o quarto dela em busca dos remédios que a mãe tomava.

Logo em seguida, um silêncio assustador percorria as minhas terminações nervosas. Me vendo sozinha na sala, rolei os olhos pelo ambiente, sentindo a tristeza na cor branco opaco das paredes e nos poucos móveis que preenchiam o local. Poucos quadros ornavam o local, em um deles, Aono segurava um certificado de conclusão, bem pequeno. Em outra, a mulher que hoje exibe uma aparência fatigada, estava bem disposta, com um sorriso que indicava felicidade. Ao lado dela, Aono tomava um sorvete. Olhando bem de perto, pude ver que ele tinha os olhos iguais ao de sua mãe.

— Tínhamos mais, mas.. Minha mãe jogou fora as fotos em que o meu pai aparecia. — Tomando um susto, dei um passo para trás, ofegante. Ao me virar, encontrei Aono no início do corredor, com um semblante esgotado. 

— Ah, eu... — Olhei para os lados, apertando as mãos. — Desculpa. Eu não devia ter insistido para vir. Acho melhor eu ir agora.

Estava me virando para acessar a porta quando os dedos de Aono percorreram o meu braço, impedindo a minha saída. A temperatura da pele indicava o quanto ele precisava que eu ficasse.

— Não vai embora, Jones. — Pediu ele, olhando para baixo. — Quero que fique.

Naquele momento, encontrei os olhos de Aono, sendo agarrada por uma sensação de tristeza. Abrindo um meio sorriso, o tranquilizei.

Minha Nova Vida Sendo a EstrangeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora