Capítulo 5 - Mais do que os olhos podem ver

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— Seja bem vinda! — Anunciou a simpática atendente, assim que ultrapassei a porta

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— Seja bem vinda! — Anunciou a simpática atendente, assim que ultrapassei a porta. Naquele horário, a padaria estava repleta de pessoas que olhavam esperançosas para a vitrine; ainda assim, a mocinha de mais ou menos 25 anos, com os cabelos presos em um coque que permitia que apenas alguns dos fios de seu cabelo preto saíssem para fora da touca branca que cobria a sua cabeça, se via na obrigação de parar tudo o que estava fazendo para saudar quem chegava. Em outros estabelecimentos, pude perceber o mesmo tratamento, e era gostosa a sensação de acolhimento que eu sentia em cada mínimo detalhe que me faz amar esse lugar.

Agradeci com um pequeno sorriso, logo me juntando a massa de pessoas que se deslocavam pelas banquetas e vitrines repletas de mini amostras do Paraíso. A The Little Bakery era conhecida por seus maravilhosos lattes e acompanhamentos que dificultavam a minha já escassa negativa, diante de doces que enchiam o meu paladar antes mesmo que eu pudesse provar. Parei em uma seção com diversos donuts coloridos, e a cada vez que meus olhos ousavam enfrentar aquelas delícias gastronômicas, podia jurar que via os confetes e os morangos em roda, usando de hipnose para que fizessem parte da minha alimentação do dia.

Estava quase sendo vencida pela máfia açucarada, quando a parte racional da minha mente me lembrava do motivo para estar ali. Suspirei penosamente, saindo da seção de donuts. Não estava ali para aumentar minhas taxas de glicose, que eu julgava estarem preocupantes em apenas 3 meses de estadia nesse corpo, contemplada com a diversidade gastronômica que encontrei nesse mundo. Convenhamos, é muito difícil se manter intacta diante de uma taça de sorvete de morango, com calda de morango, farelo de biscoito, mel e morangos picados em cima. E era mais difícil ainda não ter vontade de devorar aquela taça novamente. Da última vez, Yuina e tia Miya me olhavam incrédulas com a minha rapidez para terminar a segunda taça. Elas precisaram me tirar da sorveteria a força, escutando os meus choramingos por todo o trajeto por não ter provado a edição limitada de biscoitos amanteigados com creme. Talvez, só talvez, minha antecessora não fosse tão fissurada em doces como eu. Sei que tenho que me segurar nesse quesito, mas eu simplesmente travo qualquer barreira racional quando estou diante de qualquer gostosura repleta de açúcares e calorias a mais.

— Você tem alguma recomendação? — Desistindo, recorri a mocinha simpática que olhava a minha confusão facial com um sorriso costumeiro, como se estivesse adaptada à clientes que querem levar a loja inteira.  — É que é tudo tão gostoso.. Difícil escolher um só.

— Depende. É um presente para alguém especial? — Balancei a cabeça em negação, corrigindo apenas a última parte. Era um presente sim, mas não chegava a tanto. Digamos apenas que era uma tentativa de ser simpática com alguém que foi tão prestativo comigo, mesmo que em pouquíssimas palavras.

Me guiando até a seção de bolos, a atendente indicava a combinação de chocolate com caramelo. A fatia era adornada com raspas de chocolate, e cubinhos de caramelo, que faziam o meu coração palpitar e a mente esquecer que já havia um destinatário. Antes que as minhas forças se esvaíssem, pedi para que a mocinha embalasse, ato que foi feito gentilmente por ela, finalizando-o com uma fitinha vermelha. É claro que, antes de sair e andar em passos ligeiros ao olhar para o relógio e notar que faltavam menos de 20 minutos para que o primeiro tempo começasse, comprei um donut recheado com creme de morango e confetes avermelhados, além de um matcha latte que me aproximava do céu a cada vez que tomava.

Minha Nova Vida Sendo a EstrangeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora